Casa Verde faz até neve na avenida do Anhembi

Mesmo sem causar tantas emoções, escola conseguiu fazer desfile harmônico e exuberante

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Por Carolina Freitas - Agência Estado
Atualização:

Império de Casa Verde traz carros alegóricos luxuosos para a avenida. Foto: Werther Santana/AE

 

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SÃO PAULO - A Império de Casa Verde encheu de cor a segunda noite de desfiles do carnaval de São Paulo. Sexta escola a pisar no sambódromo, a Império contou a história de Itu e, conforme adiantava o diretor da agremiação, Júnior Marques, fugiu dos clichês.

 

Até surgiram orelhões e semáforos gigantes, no último carro, mas o que dominou mesmo o desfile foi a exuberância natural e a ebulição cultural da cidade - tudo contado com carros alegóricos luxuosos e cheios de detalhes. A Império fez até nevar no Anhembi, apesar do calor de mais de 30ºC da capital paulista.

 

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Marques, que já falava com a voz embargada na largada da escola, chorou de felicidade ao ver fecharem os portões depois de 1h04 de desfile. Ele foi erguido nos ombros por integrantes da diretoria da escola, que vibravam com a apresentação e gritavam que o título de campeã "é nosso". "Foi um desfile de amor, de quem tem comunidade", disse o diretor. "É resultado de uma comunidade que ama sua escola e de uma escola que ama sua comunidade." Para Marques, a Império mostrou um trabalho "para ser campeã".

 

O desfile contou com a presença do prefeito de Itu, Herculano Júnior, e da primeira-dama da cidade, Rita Passos. Secretária estadual de Assistência Social, Rita requebrou e mostrou samba no pé com um comportado vestido preto de paetês e sandália de salto alto prateada. "É minha primeira vez na avenida. Adorei", contou ela. O prefeito se disse orgulhoso com a homenagem à cidade. "Ficamos muito felizes." A prefeitura não ajudou financeiramente a escola, mas conseguiu para a agremiação patrocínio de uma montadora e de uma fábrica de cerveja instaladas na cidade.

 

Quem brilhou foi a rainha da bateria Gracyanne Barbosa, com uma fantasia azul e verde enfeitada com cristais. A cada parada da passista, os fotógrafos a cercavam e davam trabalho aos integrantes da escola que cuidavam da evolução. A bateria ousou e fez uma coreografia com a rainha. Antes de entrar no recuo, os ritmistas abriram um corredor por onde passou Gracyanne, sambando e levantando a arquibancada.

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Riqueza

 

A Império começou a contar o passado de Itu pela pré-história, quando, indicam estudos, a Região Sudeste do País tinha um clima glacial. Os 14 integrantes da comissão de frente dançavam vestidos de esquimós, com roupas de pele decoradas com estruturas de moléculas, para mostrar a importância científica da região. O carro abre-alas, uma grande geleira, trouxe o tigre branco símbolo da Império e fez nevar na avenida durante todo o desfile.

A madrinha da bateria Gracyanne Barbosa. Foto: Werthet Santana/AE

 

Outro destaque foi o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, que mostraram a fartura de Itu. A saia da porta-bandeira, branca e azul, estava enfeitada com dezenas de frutas coloridas e brilhantes. As alas que simbolizavam o ecoturismo e a sustentabilidade ambiental também ajudaram a colorir a avenida com cores de folhas, flores e frutas.

 

Porta-bandeira da escola que fez um desfile em homenagem a Itu. Foto: Werther Santana/AE

 

A ala das baianas encantou o público, com saias drapeadas em tons de amarelo, laranja e dourado, decoradas com flores e laços. Elas representavam a cultura e a religiosidade da cidade. A importância da religião ficou expressa também no quarto carro. Em forma de uma igreja, com anjos gigantes, o carro trouxe freiras vestidas dos pés à cabeça fazendo coreografias.

 

A ex-madrinha da bateria da Gaviões da Fiel, Lívia Andrade, animou a plateia como destaque de chão à frente desse carro, vestindo uma fantasia minúscula dourada.

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