'Casa está na família há gerações', diz viúva

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Por Redação
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O processo para desapropriação e restauro da Fazenda Paraopeba pode se transformar em um embate jurídico. Para escapar da devassa feita pela Coroa portuguesa, o inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto passou a fazenda para o nome de seu cunhado e, posteriormente, para seu sogro. Com o passar dos anos, a propriedade chegou às mãos de Amadeu Gonzaga, morto há dois anos. Hoje, vivem no terreno de 16 alqueires (cerca de 774 mil m²) a viúva Elísia Pinto Gonzaga, de 60 anos, e seus dois filhos. A família fica na parte "nova" da fazenda, um anexo construído em 1863. Mesmo com a casa ameaçando ruir, Elísia quer ficar no local. Em parte por causa da história que a propriedade carrega e que a faz "se sentir importante". Mas também, segundo ela, por tudo que passou nos 40 anos em que vive no lugar. "A casa está na família há várias gerações."Ela conta que o marido tentou reformar parte da casa, mas a obra foi embargada duas vezes por causa do risco de descaracterização do imóvel. "Não deixaram mexer." Hoje, Elísia cria vários animais na propriedade e afirma que, além de ter de se desfazer deles, acha que o valor da indenização, R$ 600 mil, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), é baixo.Segundo o promotor Glauco Peregrino, o mais urgente é iniciar o processo de escoramento, para evitar que o imóvel desabe, o que já pode ser feito com o processo de desapropriação. Ele observou, porém, que a família de Elísia pode recorrer ao Judiciário. "Se houvesse condição, a família ou o município poderiam fazer a restauração. Mas não há, e o importante é que a fazenda seja preservada."

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