Carnaval das escolas de samba de SP terá máscara, passaporte da vacina e menos componentes

Quesito ‘harmonia’ foi suspenso neste ano e falta de uso de proteção facial resultará em perda de pontos na categoria ‘fantasia’

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Por Priscila Mengue
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A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta quarta-feira, 19, os protocolos sanitários para a realização dos desfiles das escolas de samba. As obrigações incluem o uso obrigatório de máscaras, a redução do número de componentes e a exigência do passaporte da vacina, dentre outras. A Liga Independente das Escolas de Samba concordou com as normas e, também, decidiu pela suspensão do quesito “harmonia” na edição deste ano do carnaval.

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A exigência do passaporte da vacina, com ao menos duas doses contra a covid-19, será cobrada para o público nas catracas de acesso. No caso dos componentes, as escolas deverão realizar um pré-cadastro para identificar se estão com a vacinação completa. Não vacinados não poderão acessar o local, nem como espectadores, nem como desfilantes.

Todos deverão utilizar máscaras de proteção facial, incluindo as equipes técnicas e os fornecedores. O evento está marcado para 25 a 28 de fevereiro e 5 de março (desfile das campeãs).

A lotação será abaixo da habitual, com 70% dos espectadores em todos os setores — incluindo arquibancada, camarote e pista. Entre os desfilantes, a redução será de 25% no Grupo Especial (de 2 mil para 1,5 mil pessoas), de 20% no Acesso 1 (de 1 mil para 800) e de 37,5% no Acesso 1 (de 800 para 500).

Com as mudanças, a Liga decidiu suspender o quesito “harmonia” (que avalia o envolvimento dos componentes ao cantar e interpretar o samba enredo, o que fica prejudicado com o uso das máscaras) neste ano. Segundo os protocolos, os chefes de ala serão responsáveis por conferir se as fantasias estão completas com as máscaras e, caso contrário, a escola estará sujeita a uma perda de pontos no quesito “fantasia”.

Escolas paulistanas não desfilam no sambódromo do Anhembi desde o carnaval de 2020; evento de 2022 terá restrições Foto: Taba Benedicto/Estadão - 21/2/2020

Os protocolos municipais também abrangem um controle de público na concentração e na dispersão, com a determinação de um horário para cada agremiação e o transporte dos desfiles em ônibus da Prefeitura. Serão cerca de 50 veículos para cada agremiação, cada um com 30 a 35 pessoas fantasiadas.

De acordo com a gestão municipal, na chegada na concentração, as escolas terão um espaço com capacidade para 20 mil pessoas para organizar os desfilantes (até 1,5 mil pessoas). O procedimento deverá seguir a mesma norma na dispersão, com o transporte dos componentes em ônibus municipais, a fim de evitar aglomerações no transporte coletivo.

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Os ensaios técnicos de janeiro estão cancelados em janeiro. Segundo a Prefeitura, uma nova grade será elaborada para fevereiro, com um ensaio por escola e controle de acesso e exigência de apresentação do passaporte da vacina e do uso de máscaras. Há a recomendação que os mesmos requisitos ocorram nos ensaios nas quadras.

A elaboração dos novos protocolos foi motivada pelo avanço da variante Ômicron, que tem impulsionado o aumento de casos e internações por coronavírus. As normas foram definidas por técnicos ligados à Secretaria Municipal da Saúde e discutidas em reuniões com outros setores da Prefeitura e com a Liga. 

O documento destaca ainda que a situação sanitária pode ainda resultar em um eventual cancelamento total do evento, como ocorreu em 2021, “caso haja mudança importante no cenário epidemiológico da covid-19 na cidade”. O carnaval de rua está cancelado na cidade desde 6 de janeiro.

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