
25 de junho de 2014 | 02h01
SÃO PAULO - A Avenida Paulista, na região central da capital paulista, já foi palco de graves acidentes e mortes de ciclistas e é usada como principal ligação entre as zonas sul e a oeste para quem adota a bike como meio de transporte. Mesmo assim, ela não apresenta estrutura ciclística. Agora, a Prefeitura estuda usar o canteiro central para mudar essa situação, construindo ali uma ciclovia permanente.
De acordo com o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, uma das propostas em avaliação pela gestão Fernando Haddad (PT) é alargar o canteiro central da avenida - hoje ocupado só por floreiras e por bases das luminárias e dos relógios de rua. "Uma das ideias é estender de 20 a 25 centímetros de cada lado e o ciclista ficar em uma altura maior do que a pista do carro. Estamos estudando. A ideia é fazer no canteiro", disse ontem, ressaltando que a análise deve ser concluída neste ano.
O mecanismo integrará os 400 km de ciclovias que a atual gestão promete construir em toda a cidade até o fim de 2015. Hoje, São Paulo soma somente 68,2 km de vias segregadas para os ciclistas (ou 0,4% dos 17 mil km de ruas da cidade), patamar acanhado frente a outras metrópoles, como Bogotá (359 km), Nova York (675 km) e Berlim (750 km).
Já o cicloativista Willian Cruz, do site Vá de Bike, argumenta que ciclovias à direita da avenida poderiam atender melhor os ciclistas, facilitando o acesso a lojas, por exemplo. "O canteiro central é interessante quando a ciclovia é expressa, digamos assim, como na Marginal do Pinheiros." Ele rebate a ideia de construir ciclovias nas ruas paralelas. "Elas têm mais subida e descida e o deslocamento humano sempre busca o menor esforço. As pessoas continuariam usando a Paulista."
Corredor. No ano passado, a Prefeitura chegou a divulgar um mapa em que a Paulista figurava como uma das avenidas que poderiam receber corredor de ônibus no canteiro central, o que poderia conflitar com a ciclovia. Ontem, a São Paulo Transporte (SPTrans) informou que o plano se refere ao horizonte de 2020 - e "não implica" a Paulista ser uma das vias que terão corredor.
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