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Campinas decreta fase vermelha de 21h as 5h para conter transmissão da covid

Bares, restaurantes e escolas não poderão funcionar neste horário; Estado de São Paulo planeja lockdown à noite

Por Luiz Carlos Pavão
Atualização:

A prefeitura de Campinas decretou, em decisão publicada no Diário Oficial nesta terça-feira, 23, a suspensão das atividades não essenciais no município das 21h às 5h da manhã até o dia 1º de março. Com a resolução, a cidade, que está na região da fase amarela do Plano São Paulo, passa a seguir as regras do nível vermelho, o mais restritivo. Também foram suspensas as autorizações de retomada das atividades escolares presenciais no mesmo horário. Bares e restaurantes não poderão funcionar das 20h às 5h. 

Conforme o Estadão revelou, a gestão João Doria (PSDB) planeja anunciar lockdown em todo as cidades paulistas entre 22h e 5h, a partir de sexta-feira, 26. Nesta semana, o Estado atingiu o pico de internações em UTI pela covid-19.

HC da Unicamp, em Campinas, hospital de referência para covid-19 no interior Foto: Caius Lucius/HC Unicamp

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A prefeitura trabalha em três frentes para diminuir a crise de saúde: ampliação de leitos, fiscalização de aglomerações e festas clandestinas e a restrição de atividades não essenciais. O prefeito Dário Saadi (Republicanos) já havia anunciado na segunda-feira, 22, durante transmissão ao vivo, que Campinas adotaria a fase vermelha no período noturno e que a prefeitura está trabalhando para ampliar o número de leitos clínicos e de UTI em parceria com a rede privada e o governo do Estado, diante das elevadas taxas de ocupação. Hoje, são mais de 500 os pacientes internados na rede hospitalar da cidade pelo coronavírus.

No balanço realizado na segunda, Saadi informou que 89,5% dos leitos destinados para a covid-19 entre os hospitais estaduais estavam ocupados. Na rede municipal, apenas dois dos 109 leitos estão disponíveis, uma ocupação superior a 98%. Na rede privada, os leitos superam 81% de ocupação.

“Na visão da secretaria de saúde e da vigilância de saúde, somente a ampliação de leitos neste momento não é suficiente, por isso a gente deve não só atuar dando assistência às pessoas que necessitam, mas também tentando evitar a transmissão do vírus”, disse o prefeito.

O presidente da rede de hospitais municipais Mário Gatti, Sérgio Bisogni, alerta para a mudança no perfil dos internados pela covid-19 com casos graves em Campinas. “Diferentemente de antes, há uma incidência maior de pessoas com com 40 anos ou mais que estão apresentando uma versão mais grave da doença”. De acordo com a prefeitura, cerca de 8 a 10% dos internados com casos graves na cidade não têm comorbidades.

O secretário de saúde de Campinas, Lair Zambon, classificou a situação como de extrema gravidade. “Desde sexta-feira tivemos um aumento grande de casos no município, que tem nos deixado extremamente preocupados. Baseado nesses números, além das restrições, iremos contratar mais 14 leitos de UTI na rede privada, além de novas parcerias com o governo estadual.”

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Segundo a prefeitura, 1809 pessoas já morreram pela covid-19 na cidade. Em Campinas, mais de 58 mil pessoas receberam a primeira dose da vacina e cerca de 16 mil já estão com a imunização completa, com duas injeções.

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