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Campanha pede adoção de pet com deficiência

Bichinhos passam parte da vida em abrigos; nem sempre cuidado especial é necessário

Por Paula Felix
Atualização:

Nos eventos de adoção de animais, os filhotes são os favoritos. Deficientes, adultos ou idosos e até bichos de cor preta costumam sobrar e passar boa parte de suas vidas aguardando um novo lar.

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Mas uma iniciativa que busca donos para os animais rejeitados vai fazer uma ação neste domingo no evento Adote um Pet com Deficiência, que será realizado das 9 horas às 17 horas na Rua Fradique Coutinho, 380, em Pinheiros, na zona oeste.

“A ideia nasceu quando adotei uma cachorra amputada. Foi quando percebi o quanto é difícil as pessoas adotarem um animal com deficiência”, diz a empresária Livia Clozel, de 35 anos, idealizadora do projeto.

O evento é feito mensalmente em diferentes locais e, embora sejam levados entre dez e 20 animais por edição, apenas três a cinco costumam ser adotados. A ação tem apoio da ONG Apasfa (Associação de Proteção Animal São Francisco de Assis) e é organizada pela Luiz Proteção Animal.

O evento é feito mensalmente em diferentes locais e, embora sejam levados entre dez e 20 animais por edição, apenas três a cinco costumam ser adotados Foto: Divulgação

“Muitos cães deficientes e especiais, que são os idosos e pretinhos, acabam passando a vida toda em um abrigo. As pessoas que adotam esses animais precisam saber que não necessariamente um animal deficiente vai precisar de ajuda o tempo todo e de remédios”, afirma Livia.

A securitária Regiane Maria Rosa, de 45 anos, adotou a vira-lata Tina em setembro do ano passado. Além de não ser mais um filhote, a cadela não tem uma das patas, que perdeu quando foi atropelada. Foi a primeira vez que Regiane adotou um bicho de estimação.

“Quando abri a porta da sala, vi as escadas, porque moro em um sobrado, e fiquei preocupada. No começo, ela ficava insegura para subir e descer. Agora, ela sobe sem problemas. É uma cachorra supernormal, pula e brinca do mesmo jeito que se tivesse as quatro patas. Acho que ela não tem noção de que tem três patas.”

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Em junho do ano passado, a dona de casa Elizete Barbosa de Souza Pinto, de 52 anos, adotou Enzo, um cão da raça pug que é paraplégico. “Vi que teria tempo suficiente para levá-lo para fazer acupuntura, fisioterapia e todos os tratamentos necessários. Ele fez até tratamento com células-tronco.” Elizete diz que oferece todos os cuidados que o animal precisa. “Troco a fralda, cuido o tempo todo. Ele é muito carinhoso, companheiro, e tem uma cara que ninguém resiste.”

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 33% dos animais para adoção que estão no Centro de Controle de Zoonoses têm algum tipo de deficiência, 85% são adultos ou idosos e 52% têm pelagem preta. Os mais procurados são filhotes de pelagem clara.

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