12 de abril de 2012 | 03h03
A intenção do texto aprovado na Câmara é permitir que condutores que se recusarem a fazer os testes de sangue e de bafômetro possam ser enquadrados e punidos criminalmente - hoje, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), esse enquadramento ficou prejudicado (veja abaixo). A Câmara optou, porém, por não enfrentar outra polêmica - a discussão de um possível aumento de pena - porque poderia inviabilizar a votação.
A proposta aprovada prevê o uso de vídeos, prova testemunhal e "outros meios de prova em direito admitidos" como forma de comprovar a condução de veículo com a "capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência". No debate na Câmara foi retirada do texto a possibilidade expressa de se usar fotografia como prova. Mas o termo "outros meios de prova" pode permitir o uso de imagens.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanhou a votação. "Apertar a lei seca e a fiscalização pode salvar vidas e reduzir o número de pessoas que ficam com deficiência por causa de acidentes." Ele destacou ainda que a mudança permitirá que o crime de dirigir embriagado seja analisado como qualquer outro.
Contraprova. O relator do projeto, Edinho Araújo (PMDB-SP), destaca que com a mudança na legislação o uso do bafômetro ou a realização de um exame de sangue se tornará elemento de defesa do condutor. "Isso tudo agora vira uma contraprova para se evitar um eventual abuso de autoridade."
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