Cai último entrave para obra da 'linha das universidades'

Aprovação de licença ambiental abre caminho para governo lançar edital já hoje; ramal deverá conectar várias instituições de ensino

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Por CAIO DO VALLE
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A chamada 'linha das universidades', a 6-Laranja do Metrô, que liga a Brasilândia, na zona norte de São Paulo, à região central, passou ontem por uma etapa decisiva para sua construção: o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) aprovou a licença ambiental prévia da obra. Medida esperada pelo governo do Estado, a aprovação abriu caminho para o lançamento do edital, que deverá ser lançado hoje, atraindo empresas interessadas na obra, que terá 15 estações e atenderá 650 mil passageiros diariamente.A linha ganhou o apelido porque passará ao lado de instituições como as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Pontifícia Universidade Católica (PUC), Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Mackenzie e Fundação Getúlio Vargas (FGV). A obra deve começar em 2014 e acabar até 2020. Esse será o primeiro empreendimento metroviário construído e operado pelo mesmo consórcio - a Linha 4-Amarela, gerenciada pela concessionária ViaQuatro, foi feita por outras empresas.O governo prevê divulgar o edital nesta manhã em evento na Escola Estadual Cacilda Becker, na Vila Portuguesa, zona norte. Embora a licença ambiental tenha sido aprovada por unanimidade pelos membros do Consema, órgão subordinado ao Estado, a reunião não passou sem críticas.A atual superlotação do sistema foi um dos pontos levantados. O conselheiro Antonio César Simão lembrou os gargalos operacionais. "Qual é o impacto que essa (nova) linha vai trazer às outras estações? Sé e República, por exemplo, já são vistos como lugares onde fica inviável tomar o metrô."Já o conselheiro Antonio Abel questionou por que o Metrô não apresentou o projeto da Linha 6 ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, já que a obra poderá interferir em 12 cursos d'água. "Não adianta só pedir (licença) para o governo. Você tem de discutir com a sociedade civil."Os representantes do Metrô no encontro, realizado no prédio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, na zona oeste, rebateram as críticas. Epaminondas Duarte Júnior, assessor da Gerência de Planejamento da empresa, afirmou que, no caso da superlotação, a expansão do sistema, com a entrega de novas linhas, ajudará a desafogar as estações que já existem, como a Paulista, da Linha 4-Amarela.Sobre o impacto em córregos e rios, o Metrô alegou que não precisava da manifestação do comitê de bacias para conseguir a licença ambiental e que a Linha 6-Laranja terá "apenas travessias subterrâneas que não interferem com recursos hídricos".Desapropriações. Um dos pontos controversos que o edital poderá trazer é a permissão para que o consórcio vencedor possa realizar as ações desapropriatórias necessárias para a construção. Procurado, o Metrô não confirmou se adotará a prática, respo9ndendo que o edital será aberto hoje. Ao todo, 406 imóveis devem ser desapropriados.A Linha 6 custará R$ 7,8 bilhões. O prazo para que as obras comecem em 2014 revela um atraso em relação ao primeiro cronograma divulgado, que indicava que a construção deveria ter início ao longo deste ano.

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