A Cadeia Pública de Cesário Lange, a 148 km de São Paulo, na região de Sorocaba, tem capacidade para 12 presos, mas abrigava nesta segunda-feira, 26, pelo menos 78 detentos, que se amontoam em apenas duas celas. O prédio se confunde com as casas dos moradores, e fica na região central da cidade, numa rua pacata. "É um barril de pólvora", diz o prefeito Ramiro de Campos (PSDB).
Ele alega que a Secretaria de Segurança Pública do Estado não está cumprindo ordem judicial para esvaziar a cadeia. Há duas semanas, o juiz Caio Moscariello Rodrigues, da Comarca de Tatuí, determinou que o número de presos fosse reduzido para 12. Campos diz que houve a transferência de alguns detentos, mas logo chegaram outros de cidades distantes. A cadeia abriga também menores sob custódia da Justiça, segundo ele. "Eles ficam numa salinha", afirma.
De acordo com o prefeito, os 14 mil moradores vivem sobressaltados. Na semana passada, os presos fizeram uma escada humana para serrar o alambrado que recobre o pátio. A Polícia Militar conseguiu evitar a fuga em massa, mas dois detentos escaparam. Por causa do risco, a prefeitura interditou um trecho da rua, na frente da cadeia.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária de Sorocaba (Deinter-7), Weldon Carlos da Costa, disse que até a próxima semana a cadeia estará com o número de presos determinado pela Justiça.
Ele aguardava ontem a confirmação de vagas em unidades da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para transferir 35 detentos. "À medida que surgirem as vagas, os presos serão transferidos."