24 de junho de 2012 | 03h03
Diabo Louro, Sete Dedos, Portuga e Pereira Lima deixaram de ser apenas os "nomes de guerra" dos presos revoltosos e assumiram papéis centrais na trama cheia de terror que tomou conta da Ilha Anchieta em 1952, naquela que foi considerada a maior carnificina da história prisional do Brasil. "Gravíssima ocorrência no presídio da Ilha Anchieta", estampava a manchete do Estado no dia 21 de junho de 1952.
Fundado em 1908 com o nome de Colônia Correcional da Ilha dos Porcos para abrigar presos comuns e menores infratores, o local chegou a receber presos políticos da ditadura Vargas na década de 1930. A primeira rebelião foi em 1933, quando cerca de 100 detentos chegaram a depredar o prédio e tomar o controle da guarda. A polícia, porém, conseguiu controlar a situação e não houve mortos.
Inicialmente, dizia-se que o levante de 1952 havia terminado com 16 mortos e algumas centenas de feridos. O número de mortos, porém, passou de 100, de acordo com a Associação Pró-Resgate Histórico da Ilha Anchieta e dos Filhos da Ilha.
Nos dias posteriores à rebelião, continuou o trabalho dos enviados especiais do jornal, que mandavam informações sobre a captura dos presos e do clima de guerra que vivia a população. Depois de queimarem arquivos, os presos fugiram em canoas para o continente.
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