
10 de setembro de 2011 | 00h00
RIBEIRÃO PRETO
Cinco detentos foram mortos ontem à tarde após uma briga com outros sete presos na Penitenciária 2 de Serra Azul, na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Segundo informações da Polícia Civil, os sete envolvidos haviam sido transferidos recentemente para a penitenciária. O diretor da Ordem do Advogados do Brasil (OAB) Subseção Ribeirão Preto Daniel Rondi, que esteve no local após a confusão, conta que eles respondem por crimes comuns, mas estavam convivendo com presos de crimes sexuais.
Insatisfeitos com o local em que estavam, os supostos líderes da chacina - identificados apenas por seus apelidos, Lúcifer e Magaiver - fingiram que precisavam de atendimento médico. Quando um agente penitenciário se aproximou, eles o dominaram e foram para outra ala. Lá, renderam outros agentes e conseguiram armas improvisadas - tesouras e estiletes - e mataram os cinco presos.
"Eles não aceitavam a situação e, numa demonstração de alta periculosidade, mataram os outros", conta o diretor da OAB. "Os sete detentos têm uma ficha criminal altamente perigosa." Os envolvidos serão transferidos para o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o local do crime será submetido à perícia pela Polícia Técnica. O secretário Lourival Gomes determinou à Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário que apure o que aconteceu.
A Penitenciária 2 de Serra Azul tem capacidade para 768 presos, mas hoje abriga 1.545. "Nós acreditamos que esse não é o melhor cenário para a vivência dos presos. Se o local está com o dobro da capacidade, é preciso ter mais funcionários, mais alimentação e mais estrutura", disse Rondi.
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