Brasileiros são condenados por ataque a casal no Japão

Crime aconteceu no país asiático em junho de 2001, mas dupla retornou ao Brasil e só foi presa dez anos depois no Estado de São Paulo

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Dois brasileiros foram condenados por matar e ferir gravemente um casal de japoneses no Japão, em junho de 2001. Marcelo Chrystian Gomes Gukuda foi condenado a 23 anos, 7 meses e 6 dias de prisão e Cristiano da Silva Severo Ito, a 22 anos, 1 mês e 15 dias, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado contra o homem e tentativa de homicídio triplamente qualificado contra a mulher. A decisão foi proferida na quarta-feira, 7, pelo 5.º Tribunal do Júri.

Eles atiraram no casal, na casa das vítimas, em Tóquio. De acordo com a sentença, a dupla agiu “de comum acordo” e o crime foi cometido “de modo premeditado e de forma brutal”. Na sequência, a dupla fugiu para o Brasil e ficou em liberdade até outubro de 2011, quando acabou detida. Ito foi preso em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e Gukuda, em Campinas, no interior paulista.

A dupla ficou dez anos foragida no interior de São Paulo Foto: Tribunal de Justiça de São Paulo/Comunicação Social

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Durante o julgamento, os dois brasileiros confessaram que mataram o comerciante, a mando da Yakuza, a máfia japonesa. Os mafiosos teriam fornecido a pistola usada no crime. Pela ação, os dois brasileiros teriam recebido 3 milhões de ienes (cerca de R$ 70 mil reais).

Meses atrás, nos depoimentos preparatórios, eles alegaram que não sabiam que a mulher da vítima estava na casa – só havia sido encomendada a morte do comerciante. A mulher dele sobreviveu ao ataque e ajudou a polícia a chegar ao mandante do crime, que seria o irmão gêmeo do comerciante. Toda a ação envolveria o ciúme da relação que o outro irmão tinha com os pais.

Pena em regime fechado. O juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira determinou que os réus deverão cumprir as penas no regime fechado, não apenas por se tratar de crime hediondo, mas pela garantia de aplicação da lei penal e ordem pública. De acordo com ele, recurso em liberdade resultaria em “acentuada intranquilidade social”, até porque os crimes causaram grande clamor popular na sociedade nipônica.

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