'Brasil precisa de paz, amor e vacina para salvar os brasileiros', diz Doria

Em entrevista coletiva, governador de São Paulo afirmou que entende que a vacina deve ser aplicada a todos os brasileiros; Bolsonaro voltou a afirmar que imunização contra covid-19 não será obrigatória

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Paloma Côtes e Fabiana Cambricoli
Atualização:

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta segunda-feira, 19, que a vacina contra a covid-19 deve ser aplicada a todos os brasileiros. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 19, Doria reagiu, em tom mais ameno, às falas do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a afirmar que a imunização não será compulsória no País

"O Brasil precisa de paz, amor e vacina para salvar os brasileiros. Entendo que a vacina deve ser aplicada a todos os brasileiros, para salvar a vida de todos. Não estamos em uma corrida eleitoral ou ideológica. Estarei ao lado de médicos e cientistas que querem salvar vidas", disse Doria. 

"Eu não desautorizo os meus secretários", disse o governador João Doria (PSDB) Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP

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Na saída do Palácio do Alvorada na manhã desta segunda, Bolsonaro afirmou que "o meu ministro da Saúde já disse que não será obrigatória essa vacina e ponto final". Sem citar Doria nominalmente, Bolsonaro também afirmou que tem "governador que está se intitulando o médico do Brasil".

Na entrevista coletiva, Doria também comentou esta declaração. "Queria agradecer ao presidente Bolsonaro me qualificando como médico do Brasil. Eu confio nos médicos do Brasil, isso só me distingue, porque acredito na medicina e nos médicos e é isso que temos feitos nestes meses nas medidas de combate ao coronavírus e proteção às pessoas", disse. 

Na sexta-feira, Doria afirmou que a vacinação contra a covid-19 no Estado será obrigatória. "Já garanti que aqui os 45 milhões de brasileiros de São Paulo serão vacinados e a vacinação será obrigatória, exceto se o cidadão tiver uma orientação médica e um atestado médico de que não pode tomar a vacina. E adotaremos as medidas legais se houver alguma contrariedade nesse sentido", disse Doria na sexta.

Neste dia, horas mais tarde, Bolsonaro publicou nas redes sociais que o Ministério da Saúde não iria impor a imunização. O presidente publicou trechos de uma lei sancionada por ele próprio, em fevereiro, que diz que "poderão ser adotadas a realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas para o enfrentamento da pandemia". Mas, na sequência, ele publicou trecho de uma lei de 1975 sobre saúde pública para descartar a possibilidade de impor a imunização. 

Também na sexta-feira, Doria chegou a dar um ultimato no Ministério da Saúde para que indique se irá incluir o uso da coronavac no cronograma de vacinação nacional. Nesta quarta-feira, 21, está agendada uma reunião, em Brasília, entre o governador e membros do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir o assunto. 

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O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, já havia afirmado que o governo federal está acompanhando as vacinas em teste contra a covid-19 e "não descarta nenhuma possibilidade". O governo federal tem a previsão de ter 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021, começando com 15 milhões em janeiro, da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford e da possibilidade de acesso a mais 40 milhões de doses de vacinas vindas da iniciativa global Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesta segunda, o Instituto Butantã divulgou dados sobre a segurança da coronavac. De acordo com instituto, os testes brasileiros da coronavac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, mostram que o imunizante é o mais seguro entre todos os testados no Brasil por apresentar o menor índice de efeitos colaterais.

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