
28 de março de 2012 | 03h02
A Polícia Militar do Rio iniciou ontem uma varredura em duas comunidades do Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, como preparação para instalar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A operação mobiliza 750 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque, que vão permanecer nas Favelas Nova Brasília e Fazendinha por dez dias. Nesse intervalo, serão instaladas as duas primeiras UPPs.
O Alemão, que compreende 13 favelas, está ocupado pelo Exército desde novembro de 2010, mas os militares vão deixar a região em junho, conforme acordo entre o Ministério da Defesa e o Estado do Rio. Até lá, o complexo deve ganhar duas UPPs por mês, segundo o governo estadual, que planeja uma transição gradual entre as tropas e os policiais militares.
Os PMs não encontraram resistência, ontem, ao entrar nas favelas. Três homens foram presos, um deles acusado de ser o atual líder do tráfico local. Foram apreendidas armas, drogas e produtos falsificados.
Rocinha. Ontem, a PM também anunciou novo aumento do efetivo responsável pelo policiamento da Rocinha, comunidade de São Conrado, na zona sul, ocupada pela PM desde novembro. Mais 40 policiais foram enviados para a favela, que já havia recebido 130 na sexta-feira. Agora, já são 350 os PMs na área, ainda sem data para receber UPP.
A comunidade foi palco de crimes e confrontos nos últimos dias, quando nove pessoas foram assassinadas, entre elas um líder comunitário acusado de envolvimento com o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, defendeu a ocupação. "Não podemos dizer que em quatro meses vamos trazer a paz total para essa comunidade nem para o Rio. A população pode acreditar que nessas comunidades onde já estamos não vai haver nenhum tipo de recuo, porque a ocupação é absolutamente necessária."
Tumor. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), também emitiu nota sobre as ocupações e a onda de violência na Rocinha. Segundo ele, a polícia está enfrentando um "tumor que estava matando o Rio de Janeiro". "A população estava muito mais assustada quando existia um poder paralelo."
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