Bonecos gigantes de Olinda invadem SP

Feitos por artista plástica na região de Campinas, eles medem 3 metros de altura e serão atração de festa carnavalesca do Sesc Itaquera, na zona leste

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Por Ricardo Brandt e CAMPINAS
Atualização:

Oito bonecos gigantes - tradição do carnaval de Olinda - invadiram a capital paulista. Importados de Campinas, no interior de São Paulo, os bonecões com cerca de 3 metros de altura, feitos em papel machê, desembarcaram anteontem na zona leste para animar as festas carnavalescas do Sesc Itaquera.

Os bonecos gigantes foram feitos em tempo recorde pela artista Natasha Faria, uma paulistana de 41 anos, radicada desde 2000 no bucólico distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, para o carnaval do Sesc "Maracatudo, do frevo ao maracatu", de hoje a terça-feira.

Por nove anos, Natasha montou os bonecões para o tradicional carnaval de rua de Joaquim Egídio, um dos principais pontos turísticos de Campinas. Sem produzi-los para a folia local por três anos, a artista foi contratada pelo Sesc para fazer os oito bonecos, 13 bois-bumbás, 25 bonecos de mesa e quatro painéis.

"Fizemos em 20 dias. Normalmente, uma produção dessa levaria dois meses. Todo processo é com produtos reciclados. O maior problema foi a parte da secagem. Choveu muito nesses dias, o que nos obrigou a usar secadores", conta a artista.

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Os bonecos e os demais enfeites deixaram o ateliê da artista em Campinas. São quatro mulheres e quatro homens. Entre os personagens, um deles é inspirado no Homem da Meia-Noite, o primeiro bonecão criado em 1932, no carnaval de Olinda, que tem como principal característica o terno colorido e a cartola na cabeça. Ele não estará só em sua incursão por São Paulo. A artista criou uma Mulher do Meio-Dia, personagem criada em 1967 no carnaval de Olinda para acompanhar o parceiro.

"Os bonecos foram uma inspiração livre", explica Natasha. Em média, cada um custou R$ 1,5 mil e eles foram feitos por uma equipe de seis pessoas.

O carnaval no Sesc Itaquera terá ainda show da banda Levanta Frevura, que toca frevos, marchinhas e sambas que marcaram época, como Pombo Correio (Moraes Moreira), Atrás do Trio Elétrico (Moraes Moreira) e Balancê (Alberto Ribeiro e Braguinha), e o Bloco de Pedra, maior grupo de maracatu de São Paulo. Para as crianças haverá uma programação com os bonecos no mamulengo do Mestre Valdeck de Garanhuns.

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Apesar de ter ficado órfão dos bonecos gigantes, o carnaval de rua de Joaquim Egídio contará com outros bonecões feitos pelo bloco Unidos da Tribo.

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