Bombeiros retomam buscas por helicóptero do dono da Avibrás

Aeronave deveria ter chegado a São José dops Campos na quarta-feira; morador de Ubatuba ouviu forte barulho

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Por Paulo R. Zulino
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Foram retomadas às 8 horas desta sexta-feira, 25, as buscas para tentar localizar o helicóptero prefixo PP/MJV, modelo EC 120 Colibri, que levava o empresário João Verdi, proprietário da Indústria Bélica Avibrás, e a mulher dele. O aparelho decolou de Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, na quarta-feira, 23, e deveria ter aterrissado em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, quando desapareceu.   Participam do trabalho soldados Corpo de Bombeiros de São José dos Campos, homens da Força Aérea Brasileira (FAB) e policiais militares, que contam com o helicóptero Águia. Os bombeiros de São José dos Campos informaram que a procura está concentrada principalmente na divisa entre Caraguatatuba e Ubatuba, litoral norte paulista. Um morador afirmou ter ouvido barulho forte naquela região.   Conforme o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), o presidente da Avibrás saiu da residência dele, em Angra dos Reis, e não fez nenhuma notificação sobre o vôo, o que não é exigido para helicópteros. No entanto, João Verdi comunicou uma secretária, que acionou a Aeronáutica na noite da quarta-feira, 23. Segundo ainda o Decea, o desaparecimento do aparelho passou pela fase de alerta, incerteza e perigo. Por não ter pousado no local marcado, as buscas começaram.   Perfil   O mais importante produtor brasileiro de sistemas militares de combate, João Verdi, usa o helicóptero como se fosse um carro: de casa para a fábrica, em Jacareí, e de volta, no fim da tarde. Um vôo de Angra dos Reis até São José dos Campos é rotina na sua carta de pilotagem. Pequenas aventuras cotidianas do empresário que, nos anos 80, era recebido para jantar nos palácios de Saddam Hussein, quando o ditador iraquiano ainda era o bem-amado do Ocidente, na condição de inimigo dos radicais de Teerã. "Lembro-me dele como um homem agradável", costuma contar. Saddam comprou e usou largamente, na guerra contra o Irã, o lançador múltiplo de foguetes Astros-II, a maior criação pessoal do engenheiro Verdi e ainda hoje o principal produto da Avibrás Aeroespacial.   Na Guerra do Golfo, o fogo mudou de lado: o Astros-II estava com a artilharia da Arábia Saudita. De novo por obra de Verdi, um raro brasileiro a quem os soberanos de Riad recebem pessoalmente. Exércitos de 14 países usam produtos da Avibrás. Criada há 47 anos, ela confunde-se com a imagem do fundador - discreto, ativo e crítico. Recentemente, Verdi disse que o País pode faturar até 4 bilhões por ano com a exportação de equipamentos de defesa.   (Colabora Roberto Godoy, de O Estado de S. Paulo)

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