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Bombeiros confirmam, oficialmente, quatro desaparecidos no desabamento do prédio

Uma vítima é o homem que estava sendo resgatado quando o prédio ruiu; as outras vítimas seriam uma mãe e dois filhos gêmeos

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Por Redação
Atualização:
Bombeiros tentam localizar Selma e os dois filhos gêmeos Foto: Arquivo pessoal

SÃO PAULO - O capitão do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo confirmou nesta quarta-feira, 2, que as equipes de resgate no prédio que desabou no Largo do Paiçandu, trabalham oficialmente com quatro vítimas: uma mãe, Selma Almeida da Silva, de 48 anos, e os dois filhos gêmeos (Welder e Wender, de 9 anos), que estariam no 8.° andar do prédio; além de um homem identificado apenas como Ricardo, que estava sendo resgatado do 9.º andar, no momento em que o edifício ruiu.

Ex-companheiro de Selma, o vendedor Antonio Ribeiro Francisco, de 42 anos, apareceu na tenda montada pela assistência social na lateral do Largo do Paiçandu para oficializar o desaparecimento da vítima. Os dois têm uma filha de 14 anos, que mora na Bahia com a avó. Ele disse ter conversado com Selma às 21 horas de segunda-feira, horas antes da tragédia. “Ela falou que estava colocando umas plantinhas no vaso e ia dormir porque estava cansada e acordaria cedo no dia seguinte”, conta. Após o desabamento, Francisco mandou mensagens no WhatsApp para ela, mas o texto não foi visualizado.

No início da tarde, os bombeiros reforçaram as buscas por vítimas sob os escombros Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Segundo o vendedor, Selma trabalhava com reciclagem e morava no edifício havia cerca de seis anos. Um homem que se identificou como Itasir – e diz ser o pai de Wender e Welder, os gêmeos de 9 anos – também esteve na tenda da Prefeitura para relatar o sumiço de Selma e dos meninos. 

Outra expectativa da equipe de buscas é de encontrar Ricardo, o homem atingido pela ruína do prédio no momento em que era retirado pelos bombeiros. Moradores relataram que ele ajudou diversos sobreviventes, até ficar preso no 9.º andar.

Mudanças. O Corpo de Bombeiros se preparava para uma mudança na estratégia de busca por vítimas, prevista para as 3 horas desta quinta-feira, ao completar 48 horas da queda do prédio. É quando deve ter início o uso de máquinas para retirar os escombros. “Estamos seguindo o protocolo internacional no resgate. Após 48 horas de um incêndio, as chances de sobreviventes nos escombros são muito reduzidas”, disse o tenente Robson Mitsuo, chefe de operação.

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Nesta quarta, as equipes já ampliaram o uso de tecnologia na área. Drone, câmera térmica, sensor e retroescavadeiras foram utilizados em duas frentes: remoção de escombros e contenção do fogo. A câmera térmica permite identificar os pontos em que o incêndio está mais intenso (o que pode ultrapassar os 150°C). “Ela nos aponta os locais de mais altas temperaturas, para onde os jatos de água são direcionados para que possam resfriar o local”, disse o tenente Guilherme Derrite. 

Outra opção usada é uma espécie de microcâmera instalada em um cabo e conectada a um celular. O equipamento é utilizado para analisar ambientes muito restritos, por meio de buracos e frestas. Há ainda sensores infravermelhos. “Eles fazem uma marcação do prédio em relação a um ponto na terra. Se ele tiver alguma movimentação, esse sensor apita”, afirma o capitão Marcos Palumbo.

Segundo Derrrite, uma das dificuldades é que o subsolo do edifício também era habitado, onde havia madeira, papel, tecidos e outros produtos inflamáveis. “É bem difícil para o Corpo de Bombeiros fazer a água chegar até esses locais”, diz. O resgate delimitou como área prioritária de atuação a zona na qual Ricardo teria caído. 

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A partir de agora, as retroescavadeiras serão utilizadas para retirar estruturas maiores, como vigas. Segundo o protocolo, em até uma semana uma pessoa pode sobreviver, desde que haja um espaço de sobrevivência, como uma grande viga. 

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Cachorros. Os cães farejadores Hope (pastor belga) e Sara (labradora) também devem ajudar nas ações, assim que diminuir o calor nos escombros. Com a área mais resfriada, a expectativa dos bombeiros é de que os animais deem informações mais precisas sobre o paradeiro de possíveis vítimas sob os escombros. /JULIANA DIÓGENES, ISABELA PALHARES, PRISCILA MENGUE E RENAN CACIOLI

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