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Bombeiros buscam desaparecido em prédio que desabou em Guarulhos

Ao menos uma pessoa estaria sob os escombros da obra, que estava em fase de acabamento; prefeitura não confirma se edifício tinha alvará de execução

Por Bruno Ribeiro , Fabio Leite e Monica Reolom
Atualização:

Atualizado às 6h25

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Um prédio em construção desabou nesta segunda-feira às 19h20 na Avenida Presidente Castelo Branco, na Vila Augusta, em Guarulhos. Um operário continua desaparecido e as buscas nos escombros prosseguem. Oito imóveis na rua paralela tiveram de ser interditados.

As primeiras informações recebidas pelos bombeiros davam conta de até 17 pessoas soterradas. Posteriormente, descobriu-se que só oito pessoas estavam na obra ontem. Seis tinham ido embora e o sétimo tinha saído para comprar pão na hora que o prédio caiu.

"Estava vendo TV com a minha mãe e brincando com a minha filha, quando ouvimos um grande barulho que parecia a explosão de um botijão de gás. Havia muita fumaça, então saímos correndo", relatou a dona de casa Flavia Romero, de 23 anos. A avenida ficou bloqueada com a queda dos escombros e o entorno ficou sem energia.

Segundo vizinhos, a obra começou há oito meses e estava para entrar na fase de acabamentos. No local seria construído um condomínio de 3.706 metros quadrados com oito pavimentos (térreo, cinco andares e dois subsolos), 30 apartamentos e dois salões comerciais, totalizando 3.706 metros quadrados. Unidades já haviam sido vendidas por R$ 200 mil.

A obra era da Salema Comércio, Construção e Projetos e o responsável é Fernando Madeira Salema. Seu advogado esteve no local, mas não falou com a imprensa. A prefeitura de Guarulhos informou que o alvará de construção foi emitido em 23 de novembro de 2012. Em maio, a empresa pediu para acrescentar um mezanino ao projeto, solicitação aceita pela prefeitura no mês passado. "A responsabilidade sobre a execução da obra, de modo a garantir todas as medidas de segurança estrutural e de bem-estar dos funcionários, cabe à empreiteira", afirma a prefeitura, em nota.

Um ex-funcionário da obra que não quis se identificar disse que, nos 30 dias em que trabalhou no local, não viu nenhuma visita de engenheiro. "As vigas estavam todas com rachadura. Vi aquilo e disse: 'aqui não fico'. Então, pedi demissão."

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Resgate. O trabalhador que estaria sob os escombros já foi identificado, mas o nome não foi divulgado. A família foi notificada e confirmou que ele não voltou para casa. Setenta e três bombeiros retiravam manualmente os escombros de uma área onde um dos cinco cães farejadores detectou sinais de uma vítima viva.

O capitão dos bombeiros Carlos Roberto Rodrigues diz que a forma como ocorreu o desabamento dá esperanças de encontrar o operário com vida. A queda foi em camadas - os andares superiores ruíram e foram derrubando os de baixo. "Existe a possibilidade de haver espaços vitais isolados, com ar."

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