Bom Prato tem gratuidade nas refeições para população de rua prorrogada até 31 de julho

Serão inauguradas ainda 20 unidades móveis para distribuição de refeições em pontos específicos da capital paulista e de outras cidades

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Por Ítalo Lo Re
Atualização:

SÃO PAULO – Os serviços oferecidos por restaurantes da rede Bom Prato, programa de segurança alimentar do governo de São Paulo, terão a gratuidade para a população de rua prorrogada até o dia 31 de julho deste ano, informou o governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira, 16. Serão inauguradas ainda 20 unidades móveis para distribuição de refeições em pontos específicos da capital paulista e de outras cidades.

O anúncio ocorre após a Justiça paulista ter determinado que o Estado continue a fornecer gratuitamente três refeições ao dia à população de rua em todos os municípios que possuem unidades do Bom Prato. A decisão vale enquanto perdurar o estado de calamidade causado pela pandemia de covid-19, que alavancou o número de famílias nas ruas.

Fila do almoço no restaurante Bom Prato da rua General Marcondes, no bairro dos Campos Elíseos; Justiça determinou que governo de SP mantenha três refeições diárias para população de rua até o fim da pandemia Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 26/05/21

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No segundo semestre de 2020, após interrupção provisória do benefício, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado ajuizaram ação civil pública solicitando o restabelecimento do fornecimento gratuito e integral das refeições. Naquele mesmo ano, a Justiça concedeu liminar determinando a manutenção do programa. A decisão do início deste mês confirmou o entendimento anterior.

Para receber a refeição gratuita, que é destinada à população de rua, é preciso ter um cartão cadastrado pelas prefeituras. Até o momento, foram disponibilizados 24,8 mil cartões aos municípios, informou o governo do Estado. Desde o início da crise sanitária de covid, o programa serviu 65 milhões de refeições, sendo que 1,4 milhão foram gratuitas.

Ao todo, são 60 unidades em operação em São Paulo: 22 delas estão localizadas na capital, 12 na Grande São Paulo, 8 no litoral e 18 no interior. Almoço e janta são oferecidos a R$ 1 para o público geral, enquanto o café da manhã custa R$ 0,50. Todos os restaurantes populares funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h para o café da manhã, com o almoço a partir das 10h30, preferencialmente para idosos, e 11h para o público em geral. O jantar é servido a partir das 17h.

Bom Prato Móvel

Para auxiliar os restaurantes da rede, o governo anunciou nesta quarta a inauguração do Bom Prato Móvel, braço itinerário do programa que contará, em um primeiro momento, com uma frota de 20 carros. “O preço de R$ 1 por refeição será mantido, e as periferias que serão atendidas prioritariamente no programa do Bom Prato Móvel são as da capital de São Paulo, região metropolitana, Campinas, Guarulhos, Osasco, Várzea Paulista e Ferraz de Vasconcelos”, informou o governador João Doria.

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“A seleção dos locais aqui apresentados levou em conta a densidade populacional, a vulnerabilidade social dessa população, assim como a distâncias das outras unidades que o Bom Prato tem – unidades fixas – aqui em São Paulo”, acrescentou. Conforme o governo do Estado, serão 20 caminhões atendendo aos locais contemplados. A operação será implantada de forma gradativa.

As unidades de Perus e Santo Amaro já estão em operação. Nesta quinta-feira, 17, começam a circular os caminhões com refeições a partir das unidades fixas de Capão Redondo, Campinas, Ferraz de Vasconcelos, Limão, Paraisópolis e São Mateus. Na sexta-feira, 18, tem início a operação móvel dos restaurantes 25 de Março e Santo André.

Por fim, na segunda-feira, 21, será iniciado o atendimento das unidades móveis de Guarulhos, Brás, Brasilândia, Osasco, Tucuruvi, Jundiaí e Guaianases. As outras três unidades começam a circular em abril em locais a definir. O preço unitário das refeições é o mesmo das refeições oferidas nos restaurantes do programa.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Secretária de Desenvolvimento Social do Estado, Célia Parnes apontou que o Bom Prato é “um programa que cresceu imensamente durante a pandemia, e com velocidade, passando a servir jantares, refeições aos finais de semana e feriados”. Com a implementação do Bom Prato Móvel, o governo prevê ter 94 unidades do programa até o final do ano. Isso porque a gestão paulista pretende contar com 74 restaurantes fixos até lá, 14 a mais que o número atual. 

Segundo a secretária, as unidades móveis "servirão ao entorno das unidades fixas, levando refeições às periferias, aos bolsões de vulnerabilidade a alguma distância das unidades fixas”. O governo investiu R$ 3,66 milhões para operacionalizar as 20 unidades do Bom Prato Móvel e custear as refeições e demais itens de operacionalização. Com as unidades móveis, a pasta informou que pretende inclusive atender emergências e calamidades em qualquer local do Estado, a depender da necessidade.

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