
20 de junho de 2011 | 00h00
Veja também:
123 pessoas perderam a CNH; 46 podem ser presos
Polícia diz que intensificou operações em 2008
Entre as 22 horas de quinta e 2 horas da sexta-feira passada, a reportagem percorreu as 20 principais vias que dão acesso a bares e restaurantes nas regiões da Represa do Guarapiranga e do Itaim-Bibi, na zona sul, e das Vilas Olímpia e Madalena, na zona oeste. Não havia blitz em nenhuma. Por regra, ao menos quatro operações deveriam ser montadas por dia na cidade.
"Acabou mesmo. Sumiu", conta o taxista Edvaldo Vieira da Silva, de 39 anos, que trabalha à noite na Vila Madalena. "A blitz não existe mais nem aqui nem no Itaim-Bibi." A mesma percepção tem o fisioterapeuta Marco Aurélio Added, de 22 anos. "Nunca mais vi. No começo, teve aquele oba-oba, mas depois voltou a ser como antes."
Funcionário de um posto de gasolina na Avenida Atlântica (antiga Robert Kennedy), Marcelo Calais, de 24 anos, acredita que as operações se tornaram ocasionais. "Acho que quando alguém pega no pé, eles (policiais) fazem." Segundo ele, é comum motoristas alcoolizados pararem no posto durante a madrugada. "Se vacilar, eles atropelam."
Estudo. A redução está na contramão do cenário apontado pelo Ministério da Saúde no ano passado. De acordo com o questionário Vigitel, realizado pela pasta por telefone, mais motoristas assumiram no País que dirigem após beber excessivamente. O índice chegou a 1,7% em 2009, ante 1,4% verificado no ano anterior. Na avaliação do ministério, sinal de que a fiscalização deve ser mantida.
"Sem essa fiscalização ostensiva na rua, o cumprimento cai significativamente", observou o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Mauro Augusto Ribeiro. "Se a lei não for aplicada, ficará desacreditada."
A fiscalização, disse o médico, foi expressiva somente após a promulgação da lei. "Naquele primeiro mês (julho de 2008), houve uma queda fantástica de óbitos, feridos e até de substituição de postes. Mas, passado aquilo, já se começa a ver que a fiscalização não era tudo aquilo", afirmou Ribeiro. Ele defende a realização de blitz sobretudo às sextas à noite e nos fins de semana.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.