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Beltrame promete pôr 'na rua' policiais que recebiam propina

Secretário de Segurança do Rio acrescentou que há mecanismos para evitar casos como o da UPP de Santa Teresa

Por Alfredo Junqueira
Atualização:

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, declarou ontem que pretende "botar na rua" os policiais acusados de receber propina de traficantes na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dos Morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa, no centro do Rio. Beltrame afirmou que a investigação sobre o caso de corrupção foi iniciada pela própria secretaria e a pasta tem mecanismos de controle para evitar que esse tipo de desvio se repita. "Vamos punir, botar essas pessoas na rua e prosseguir com o projeto", disse o secretário, antes de participar do seminário "UPP: Um Novo Modelo de Segurança Pública?", promovido pela Folha de S.Paulo e pela Fundação Getúlio Vargas. O caso de pagamento de propina a policiais da UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro foi revelado no domingo. O comandante da UPP, capitão Elton Costa, e o subcomandante, tenente Medeiros, foram afastados no mesmo dia pela Secretaria de Segurança. De acordo com as investigações, as propinas mensais variavam de R$ 400 a R$ 2 mil para permitir que traficantes continuassem a atuar nas comunidades. Durante o seminário, a socióloga Julita Lemgruber apresentou dados da pesquisa "UPP: O Que Pensam os Policiais", da Universidade Cândido Mendes, e destacou que 70% dos agentes ouvidos prefeririam não trabalhar nas unidades pacificadoras, mas em batalhões tradicionais. Foram 359 entrevistados em 2010. A maior parte dos ouvidos, 63,7%, disse que não pretende continuar na corporação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também apresentou os resultados de uma pesquisa, "Mais Justiça e Sociedade", realizada nas comunidades do Cantagalo, que tem UPP, e do Vidigal, que não tem, ambas na zona sul. Para 71% dos moradores do Cantagalo, a segurança melhorou. No Vidigal, 41% acreditam que a segurança vai melhorar com a UPP.

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