
29 de dezembro de 2011 | 03h01
Roberto de Azeredo Coutinho atuava na esquina da Nascimento Silva com a Garcia D'Ávila.
Beltrame justifica a atitude dizendo que o combate a qualquer crime começa por ele. Mas prendeu sabendo que Roberto seria solto tão logo chegasse à delegacia. De fato, os dois deixaram a DP praticamente juntos.
A legislação impede que os anotadores sejam mantidos na cadeia porque o crime do qual são acusados é considerado leve.
"Essa situação é um absurdo. Prendemos e depois eles são liberados porque a legislação não permite mantê-los presos", disse Beltrame. "Chegou a hora de a sociedade decidir o que deseja em relação ao jogo do bicho. Se criminaliza essa prática, ou legaliza."
Mudança. Além de prender o anotador, Beltrame decidiu mexer nos procedimentos policiais. A Polícia Civil expediu ontem portaria que orienta delegados a enquadrar anotadores do jogo no crime contra a economia popular.
Na Operação Dedo de Deus, a polícia descobriu que os resultados dos sorteios estavam sendo manipulados pelos contraventores. Com base nisso, pretende abrir inquérito contra os anotadores.
Em 2011, as Polícias Civil e Militar prenderam cerca de 3.350 contraventores, o maior resultado do Estado em um ano. A maior quantidade de prisões em um mesmo dia foi na sexta-feira, 23 de dezembro: 197 apontadores e 30 operadores de caça-níqueis foram detidos.
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