
26 de novembro de 2010 | 00h00
A polícia trabalha com a certeza de que os ataques a veículos vão continuar porque é "a ferramenta que os bandidos têm", mas isso não vai mudar a estratégia de enfrentamento. A declaração foi feita pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, em entrevista à tarde.
Ainda de acordo com Beltrame, a ocupação da Vila Cruzeiro e a perda do território dos bandidos representam um "passo importante" para a polícia do Rio. Segundo o secretário, é lá que estão os homens que recebem as ordens de criminosos de presídios e as repassam para outras favelas. Para ele, se os bandidos não perdem o domínio do território, a polícia não consegue avançar. Mas, se perdem, ficam expostos e é mais fácil prendê-los. Beltrame se referia à fuga de criminosos da Vila Cruzeiro para o vizinho Complexo do Alemão, transmitida ao vivo pelas TVs.
"Se tirou dessas pessoas o que nunca foi tirado: seu território. Eles faziam suas barbaridades na cidade e corriam covardemente para seu reduto protegido por armas de guerra. É importante apreender drogas e prender essas pessoas. Mas é mais importante tirar o território delas."
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O secretário disse ainda que a ocupação da Vila Cruzeiro só foi possível com a cessão de blindados da Marinha, usados para fazer o transporte das tropas da Polícia Militar com segurança até o alto da favela. Ele voltou a negar a intenção de implantar imediatamente uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no complexo de favelas, porque o trabalho na Vila Cruzeiro é lento, vai demandar um "esforço muito grande" e deve ser bem arquitetado. "Uma resposta bem arquitetada pode demorar, mas ela é sólida."
O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que a PM irá atrás dos criminosos que fugiram e não conseguiu prender os bandidos na hora da fuga porque o local é de difícil acesso, entre duas encostas de morros. A ocupação na Vila Cruzeiro não tem data para acabar.
Beltrame e Duarte agradeceram ontem o apoio da população, que foi receptiva aos policiais.
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