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Bazar 'Vintage' atrai fãs de LP

600 pessoas lotaram bar para comprar vinis

Por Pedro Antunes
Atualização:

É todo um ritual: tirar o vinil do seu encarte, usualmente bem trabalhado, colocá-lo na vitrola, ajustar a agulha nos sulcos e pronto, a música sairá pelas caixas de som, com um jeitão antigo, vintage.Depois da quase - e anunciada - extinção durante os anos 1990, os "bolachões", como os discos são apelidados, viraram fetiche e voltaram ao gosto de um público mais jovem, de até 30 anos. Cerca de 600 apreciadores de música compareceram ontem ao Paribar, bar no centro de São Paulo, para o primeiro Bazar de Discos, e encontraram 36 expositores apertados dentro do local para vender ou trocar LPs. Marcio Custódio, de 31 anos, criador do bazar e dono de uma loja de discos, festejou o sucesso do evento divulgado quase exclusivamente pelas redes sociais. "São Paulo nunca teve uma feira desse tipo, que reunisse expositores, compradores e curiosos. Resolvi, então, organizar um eu mesmo." Segundo ele, a ideia é tornar o bazar bimestral. O público era predominantemente jovem. Os amigos Fernanda Gomes e Eduardo Correia, de 27 e 29 anos, respectivamente, cresceram na era do CD. Em casa, tinham a vitrola e os vinis dos pais. "Sempre quis ter uma vitrola minha", diz a moça. "Mas aqui em São Paulo é caro, algo em torno de R$ 300. Há dois meses fui para Londres e comprei uma. Agora estou começando a coleção", conta Fernanda, animada, mostrando os cinco discos de rock comprados há pouco. Eduardo diz que o CD e a possibilidade de baixar músicas pela internet tirou a identidade da arte como um todo. "No vinil não existe muito esse negócio de pular as faixas. Há um respeito maior com toda a obra do artista", garante. Apesar da variedade de gêneros musicais expostos, a escolha do local do bazar fez sentido. Em 1978 e 1979, Mick Jagger e Keith Richards, voz e guitarra dos Rolling Stones, frequentaram o Paribar em sua estada em São Paulo. Hoje, os seus discos são os mais procurados pelos jovens que nem eram nascidos na época.

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