10 de julho de 2011 | 00h00
O trabalho de Beltrame na secretaria vem sendo reconhecido - e a ele se atribui boa parte da reeleição de Sérgio Cabral no ano passado - pela implantação lenta, gradual e segura da política de ocupação de áreas dominadas pelo narcotráfico e pelas milícias. A política de confronto inicialmente adotada pelo governo Cabral foi substituída pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), que começaram a ser implantadas em novembro de 2008 e são sucesso inquestionável. A zona sul e a Grande Tijuca estão hoje mais seguras do que há um ano. E se deve reconhecer que Beltrame tem insistido na tese corretíssima de que UPPs de nada adiantarão se a ocupação policial não for rapidamente completada e substituída por ações sociais e econômicas.
O secretário avança com dificuldades, no entanto, em duas outras frentes igualmente fundamentais: a faxina nas polícias e a revolução necessária nos padrões de investigação. A persistência de uma polícia corrupta, despreparada e violenta é ameaça permanente à política de segurança pública que Beltrame tenta implantar no Rio. E o baixíssimo índice de esclarecimento dos assassinatos resulta na certeza de impunidade.
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