Bairro nobre de São Paulo tem dois arrastões em menos de 24 horas

Quadrilha invadiu edifício na noite deste domingo na Avenida Brigadeiro Luis Antônio; crime semelhante foi cometido no mesmo bairro na noite de sábado

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Por Breno Lemos Pires
Atualização:

São Paulo, 25 - Um edifício na esquina da Avenida Brigadeiro Luis Antônio com a Alameda Santos, no Jardim Paulista, foi alvo de arrastão na noite deste domingo. Ao menos quatro apartamentos foram invadidos por um grupo que tinha entre 12 a 15 criminosos. Foi o segundo crime do tipo a ocorrer em menos de 24 horas nos Jardins, na zona oeste de São Paulo.

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De acordo com a polícia, os bandidos invadiram o prédio por volta das 18h30, usando um carro semelhante ao de um morador e enganando o porteiro. Em seguida, entraram mais três carros do grupo. Armados com metralhadoras e revólveres, o grupo invadiu ao menos quatro apartamentos. Aparelhos eletrônicos, relógios e joias estão entre os objetos roubados. Em dinheiro, foram levados entre € 3 mil e € 5 mil, além de R$ 3 mil, de acordo com o 78º DP.

Toda durou cerca de meia hora. Os criminosos deixaram o local em três dos quatro carros utilizados. Até agora, ninguém foi preso.

O caso foi registrado no 78º DP (Jardins) e será investigado pela 4ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio (DEIC).

Repetição - Um prédio de luxo na região dos Jardins, na zona sul da cidade, sofreu um arrastão na noite de sábado. Pelo menos nove dos 12 apartamentos do edifício foram invadidos por bandidos.

O arrastão começou por volta das 20 horas de sábado e, em cerca de três horas, não levantou suspeitas de quem estava do lado de fora do prédio. Os assaltantes portavam fuzis e pistolas e estavam todos encapuzados, de acordo com informação do 78.° Distrito Policial, onde até a tarde de ontem oito vítimas estiveram para prestar queixa. Nenhuma delas registrou qualquer tipo de violência ou agressão. Algumas chegaram a dizer que os assaltantes foram educados e cordiais.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, os primeiros assaltantes conseguiram entrar na garagem do edifício com um Honda Fit com a placa clonada de um dos moradores. Em seguida, eles renderam o porteiro e liberaram a entrada para um segundo veículo, ainda não identificado, onde estava o resto do bando. Depois de renderem o zelador no térreo, o grupo passou a dominar moradores que chegavam ao prédio ou saíam do elevador. As vítimas eram obrigadas a entrar no apartamento do zelador e permanecerem ali, presas. Um de cada vez, os moradores tinham de subir com quatro assaltantes até seu apartamento. No trajeto, eram orientados a permanecer de cabeça baixa, para dificultar a identificação dos suspeitos.

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Prejuízo - Os criminosos ficaram cerca de três horas no prédio e fugiram levando cartões bancários, bolsas, documentos, joias, celulares e relógios, além de US$ 1.150,2 mil e R$ 3 mil. Também carregaram o computador com as imagens do circuito de segurança do edifício.

Assustadas, as vítimas não quiseram conversar com a imprensa na tarde de ontem. O porteiro do turno da tarde, que não era o mesmo que trabalhava no momento do roubo, informou que os moradores pediram para não ser incomodados, por estarem em "pânico". Um casal que entrava na garagem também não quis comentar o caso. Os dois aparentavam abatimento.

Um outro morador do prédio, que não quis se identificar, contou que chegou 20 minutos depois do assalto e, por isso, não teve seu apartamento invadido. Sua mãe, que mora com ele, também estava fora, em viagem. “Me contaram que os assaltantes sabiam a rotina do prédio, além da profissão e o estado de saúde de todo mundo”, disse.

Uma das hipóteses estudadas pela polícia é justamente a da participação de funcionários do edifício no roubo, já que os criminosos tinham informações precisas sobre a vida e a rotina dos moradores e os objetos encontrados nos apartamentos.

Investigação - A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que já foi solicitada perícia no local. O caso deve ser investigado pela 4.ª Delegacia de Investigações de Roubo a Condomínio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

As vítimas também foram orientadas a comparecer ao Projeto Phoenix, utilizado pela Polícia Civil paulista para tentar reconhecer os rostos dos criminosos.

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