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Avô de jogador encontrado morto diz que neto tinha medo de piscina

Corpo de Lucas Jesus dos Santos, de 16 anos, foi encontrado submerso na piscina da Portuguesa; homicídio é possibilidade 'remota', segundo a polícia

Por Felipe Resk
Atualização:
Polícia faz perícia na Associação Portuguesa de Desportos, no Canindé Foto: Felipe Rau/Estadão

SÃO PAULO - O segurança Ivan Noel Marques, de 62 anos, está sem dormir. Desde que sentiu a falta do neto, o jogador Lucas Jesus dos Santos, de 16, ligou para diversas pessoas, foi para casa de familiares e procurou a polícia. "Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa", diz. "Para mim, era um filho."

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O atleta foi encontrado morto na piscina da Portuguesa, na zona norte da capital. Segundo Marques, o neto tinha medo de piscina. "Ele não sabia nadar, mas na brincadeira, durante a festa, ele deve ter entrado com os amigos para comemorar que ganhou de um time mais forte."

Lucas era zagueiro titular da equipe sub-17. Ele havia ido para uma festa na sede do clube na tarde de quarta-feira, 19. O motivo da comemoração era a vitória por 2 a 0 do time contra o Água Santa, que rendeu a classificação da equipe para a próxima fase do campeonato estadual da categoria.

Lucas Jesus dos Santos disputava o Campeonato Paulista Sub-17 Foto: FPF/Divulgação

O corpo dele foi encontrado submerso na piscina só na manhã seguinte. Para policiais, a hipótese mais forte é que ele passou mal e se afogou. Homicídio seria uma "possibilidade remota". O caso foi registrado como "morte suspeita".

Para o avô, o neto foi vítima de uma "fatalidade". "Pelo que me contaram, ele saiu da piscina porque estava passando mal, depois voltou para pegar alguma coisa e deve ter caído. Vou esperar a polícia dizer o que aconteceu."

Lucas é fruto de uma gravidez de adolescência. A mãe, Mércia Santos, tinha 14 anos. Padrasto dela, Marques passou a tomar conta do menino quando o garoto tinha um ano. A mãe foi para Pernambuco. Lucas ficou em São Paulo. Avô e neto moravam de favor na sede da imobiliária onde o segurança trabalha, na zona norte da capital.

"Ele era um menino calmo, tratava todo mundo bem, escutava as pessoas. Queria ser jogador e estava subindo cada vez mais", conta o segurança.

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Um amigo de Lucas avisou a Marques que o celular e a bicicleta, que o jogador usava para ir treinar, estavam no clube, mas ninguém sabia onde ele estava. O avô chegou a espalhar fotos do neto por redes sociais ao longo da noite, segundo conta.

Marques foi à Portuguesa nesta manhã, reconhecer o corpo do neto. Ele passou mal e precisou sair de ambulância. "Minha pressão subiu, eu cai", diz.

O velório será na sede da Portuguesa nesta sexta-feira, 21. O horário ainda não definido.

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