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Avião da TAM com 176 a bordo derrapa e bate em Congonhas

Até as 1h30 desta quarta-feira, pelo menos 35 corpos haviam sido retirados dos escombros na Washington Luís

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Por Redação
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'Vira! Vira! Vira!'. Estas foram últimas palavras ouvidas pela torre de controle do aeroporto de Congonhas de dentro da cabine do Airbus A320 da TAM, segundo um oficial da Aeronáutica. A aeronave, procedente de Porto Alegre, com 176 pessoas a bordo, derrapou na pista, atravessou a Washington Luiz e bateu em um prédio da companhia aérea e em um posto de gasolina do outro lado da avenida. Às 1h40, a TAM divulgou a lista com 168 nomes de passageiros que estavam no vôo 3054, que saiu de Porto Alegre às 17h16.   Veja também: O local do acidente Os piores desastres aéreos do Brasil Conheça o Airbus A320 Galeria de fotos ">Tudo sobre o acidente da TAM Segundo o oficial, que investiga a tragédia, o acidente durou alguns segundos, entre o pouso e o choque, que, por volta das 17h15, causou uma explosão que consumiu o avião e destruiu o prédio.  Antes do pouso, diz o oficial, o comandante foi informado pela torre de que a pista estava molhada e escorregadia. Após o primeiro toque no solo, quando tudo parecia bem, a torre já disparou um aviso para o avião seguinte, que aguardava a vez para pousar. No momento do choque a aeronave estava a cerca de 180 km/h, velocidade típica de quem tentara arremeter depois de constatar que fora impossível pousar. Pelo menos 15 feridos haviam sido atendidos nos hospitais da zona sul. Sobre os passageiros, a TAM informou que notificou os familiares antes de divulgar a lista. Os familiares dos passageiros começaram a chegar ao aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ´no início da noite, protagonizando cenas de desespero. Um senhor gritava indignado pedindo pela lista de passageiros. Os mais exaltados foram contidos por amigos.   O deputado federal Julio Redecker (PSDB-RS) estava a bordo do avião. A liderança do PSDB lamentou o acidente e, em nota, do senador Arthur Virgilio (AM), diz que há meses o partido "denuncia os problemas sobejamente conhecidos que afetam o tráfego aéreo e os principais aeroportos do País e reclamando providências das autoridades".   O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula estabeleceu um gabinete de crise para acompanhar o caso e cancelou toda a agenda até sexta-feira.   Na reunião com Lula, questionava-se se o acidente poderia ter sido provocado pela liberação da pista de Congonhas sem as ranhuras que ajudam a segurar os pousos de grandes aviões, que só começariam a ser feitas no próximo dia 25 de julho. O agente de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, confirmou ao Estadão essa hipótese: "Era de se esperar que isso ocorresse. Um avião lotado, portanto, pesado, um dia de chuva e com empoçamento de água, o piloto fica sem ter como controlar o avião". Para o governo federal, é cedo para tirar conclusões sobre o acidente. Marcia Barros, que estava perto do local no momento do acidente, afirmou ao estadao.com.br que houve uma explosão logo após a colisão. Por volta de 20h30, o prédio começou a desabar.   Uma testemunha teria visto o momento em que o avião vinha pousando, entrou um depósito de combustível e pegou fogo.   O Corpo de Bombeiros enviou 26 equipes para controlar o incêndio. Havia muitos curiosos no local, que atrapalhavam o trabalho dos bombeiros e do resgate. O fogo foi controlado por volta das 21h15, segundo a TV Bandeirantes. Um bombeiro disse à emissora que o avião foi inteiramente destruído. O resgate foi suspenso pouco depois das 22h30 por causa do desabamento de uma parede.   A avenida Washington Luiz foi fechada nos dois sentidos, causando congestionamento. A Eletropaulo cortou o fornecimento de energia de Congonhas. O acidente aconteceu na esquina da avenida com a rua Otavio Tarquínio de Souza.

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