Avenida Escola Politécnica ganha ciclovia

Estrutura ocupa canteiro central da via e liga o entroncamento da Corifeu à Portaria 2 da USP, no Butantã

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Por Redação
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Uma ciclovia de 1,7 km de extensão foi inaugurada ontem pela Prefeitura na Avenida Escola Politécnica, zona oeste da capital paulista. A estrutura ocupa o canteiro central da via e liga o entroncamento da Avenida Corifeu de Azevedo Marques à Portaria 2 da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã.O passeio, por ficar entre as duas pistas de rolamento dos veículos, difere da nova concepção de ciclovias que a gestão Fernando Haddad (PT) começará a adotar. A partir de agora, esses mecanismos somente serão construídos no próprio asfalto da rua ou avenida por onde a via de bikes passar, preferencialmente à esquerda.Com isso, vagas de estacionamento de carros e motos, incluindo as de Zona Azul, necessariamente terão de ser suprimidas. Em um evento no início do mês, durante a reunião do Conselho Municipal de Transportes e Trânsito (CMTT), o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, calculou que até 40 mil vagas deixarão de existir para dar lugar a 400 km de ciclovias que a Prefeitura estipulou criar até o fim do ano que vem.Ontem, Tatto afirmou que pretende fazer São Paulo se tornar uma das cidades do continente americano com a maior quantidade de ciclovias disponíveis para a população. Atualmente, o Município tem 68,5 km de estrutura cicloviária, quantidade irrisória perto do Rio de Janeiro, por exemplo, que apresenta 130 km. Nova York, por sua vez, tem 675 km.O secretário disse ainda que espera mudanças de paradigma quando esse sistema de ciclovias estiver pronto. "Na medida em que você tem uma infraestrutura cicloviária, as próprias empresas vão começar a incentivar os empregados a ir para o trabalho de bicicletas. É um movimento de mudança de cultura e de consciência ambiental que a cidade estava precisando." Serão desembolsados cerca de R$ 80 milhões para a construção dos 400 km de ciclovias até o fim do ano que vem. Parte dos recursos virá do Fundo Especial de Meio Ambiente (Fema), controlado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. O repasse foi aprovado em reunião na semana passada.Sinalização. Depois de participar de um passeio inaugurando oficialmente a ciclovia da Politécnica, Tatto ouviu críticas de cicloativistas que o acompanharam. Uma delas é que a via não tinha iluminação própria. Outra, de que a sinalização ainda privilegia os automóveis, principalmente nas interseções com as alças de retorno da avenida. As placas de "pare" estão voltadas para os ciclistas, e não para os motoristas.O cicloativista Daniel Guth, da Ciclocidade, também defendeu que a ciclovia é estreita demais para o uso por bicicletas que transportam carga, muito comuns na capital paulista.

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