Atrasar PPP da iluminação é 'equívoco', diz Haddad

Prefeito diz que projeto é importante em momento em que a energia está cara e há crise hídrica no Estado

PUBLICIDADE

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, pediu agilidade ao Tribunal de Contas do Município (TCM) na análise do edital da Parceria Público-Privada que vai substituir toda a iluminacão da cidade com lâmpadas de LED. Para ele, seria um "equívoco" atrasar a publicação do documento.

PUBLICIDADE

 "Em uma situação de crise hídrica e energia elétrica cara, economizar energia é uma obrigação. Num momento como esse, não dar prioridade a um projeto que pode mudar não apenas a questão da energia, mas a segurança pública, seria um equívoco", disse ele, durante a inauguração de um centro de referência para os idosos no Bom Retiro, centro de São Paulo.

Conforme mostrou reportagem do Estado nesta quarta-feira, 2,o TCM analisa 11 representações recebidas nos últimos dois meses sobre a PPP. Embora o projeto esteja barrado no órgão desde junho, o prefeito espera que o edital possa ser lançado ainda neste ano.

O processo foi suspenso quando o conselheiro João Antônio - ex-petista que já foi secretário de Haddad - fez 12 questionamentos ao texto e deu prazo de 30 dias para as respostas. Nessa pausa, escritórios de advocacia aproveitaram para também fazer questionamentos formais sobre a PPP.

Dúvidas. As representações apontam opções feitas pela Prefeitura que, segundo os textos, encarecem os custos. Um exemplo seria o prazo de cinco anos para trocar as lâmpadas atuais. Como as luzes têm vida útil de dez anos, esse prazo exige que a Prefeitura pague o serviço por duas vezes ao longo do contrato - é necessária mais uma troca antes do fim da PPP. Se o prazo para a substituição fosse maior, com prioridade para a troca das lâmpadas mais antigas e com mais consumo, há alegações de que parte da Cosip não precisaria ser usada.

Outro ponto é a exigência de um patrimônio líquido mínimo de R$ 420 milhões por parte das empresas interessadas. Há empresas que querem reduzir o valor para poderem participar, uma vez que a regra obrigaria que companhias menores do setor se associassem a outras. E há ainda apontamentos questionando a decisão de não dividir o serviço em lotes diferentes. Com um lote único, a cidade ficaria sujeita ao sucesso de uma única empresa, conforme os textos enviados ao TCM. 

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad Foto: Felipe Rau/Estadão
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.