Ativistas questionam proposta da Prefeitura para o Parque Augusta

Movimento critica, principalmente, a falta do aproveitamento hídrico para autonomia do parque e a falta de captação energética

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:
Terreno tem 24 mil m²na região central de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ativistas do Parque Augusta questionaram a proposta da Prefeitura de São Paulo de inaugurar o espaço já no ano que vem a partir de um pré-projeto divulgado na última semana. Para o Movimento Parque Augusta, o atual projeto não contempla os desejos dos ativistas e dos moradores do entorno, além de não considerar as diretrizes comunitárias discutidas em assembleias públicas do Movimento ao longo dos últimos 3 anos. 

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"Mais do que um projeto pronto executado a toque de caixa, o Movimento Parque Augusta exige respeito ao processo comunitário onde é necessário um ritmo próprio, para que o projeto seja legitimado como uma criação coletiva com participação direta da população", diz o grupo, em nota.

O Parque Augusta já tem seu primeiro desenho oficial. Sob expectativa de finalizar o acordo que colocaria fim à disputa entre Prefeitura, construtoras e ativistas, a gestão João Doria (PSDB) elaborou o projeto preliminar do equipamento, que prevê a construção de arquibancada, deque, espaço para redes e até “cachorródromo” no terreno de 24 mil m², na região central de São Paulo. Da área total do parque, apenas 10% terá o piso coberto.

O projeto foi desenvolvido pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente com base em cinco propostas que haviam sido entregues por ativistas. Apesar de ter sido apresentada às empresas donas do terreno, Setin e Cyrela, a versão é preliminar e pode ser revisada. "Podemos acrescentar e tirar tudo o que for necessário para ser o mais consensual possível", disse Gilberto Natalini, secretário do Verde e do Meio Ambiente, em uma reunião na noite desta segunda-feira, 7, organizada pelos ativistas.

Daniel Taranta, do Movimento Parque Augusta, diz que o principal questionamento é a forma de construção do projeto. "Ele não precisa estar pronto assim que o terreno passar para a Prefeitura. É uma pressa sem necessidade."

O grupo questiona principalmente dois pontos do atua projeto da Prefeitura: a falta do aproveitamento hídrico para autonomia do parque da água - estima-se que há 50 mil litros de água por dia - e a falta de captação energética, para que o parque seja "autossustentável".

Veja os principais pontos

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Diretrizes de Projeto Comunitário do Movimento Parque Augusta:

1 - Canteiro Vivo: processo de projeto-construção dentro do parque com a participação direta de ativistas e moradores; 2 - Inclusão social radical; 3 - Coleta de desejos e necessidades dos ativistas e moradores; 4 - Captação de água, autonomia hídrica e paisagismo água; 5 - Autonomia energética, painéis fotovoltaicos; 6 - Banheiros públicos com chuveiros para moradores de rua; 7 - Estação de Reciclagem de Lixo 8 - Generosidade: depósito para doação de roupas e livros para moradores de rua 9 - Cozinha Comunitária 10 - Casinha da floresta: espaço para atividades autônomas e exposição da história da luta 11 - Geodésica para assembleias semanais 12 - Atividades de cura psíquica e corpórea

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