20 de maio de 2012 | 03h04
Há duas questões importantes na luta de associações de moradores contra novos prédios. A primeira é quando um empreendimento imobiliário quer desrespeitar o zoneamento existente. Como muitos legisladores adoram recursos oriundos do setor imobiliário para financiar suas campanhas, ocorrem tentativas de mudar o zoneamento da noite para o dia. Isso é um desrespeito, uma agressão, uma sacanagem com a população.
Outro ponto é quando, apesar de permitido pelo zoneamento, o novo empreendimento dificilmente pode ser absorvido por determinada região da cidade por causa do impacto que ele proporcionará ao trânsito. As exigências solicitadas pelos órgãos competentes para mitigar essas consequências no trânsito muitas vezes são insuficientes. Isso porque a atual legislação dos polos geradores de tráfego de São Paulo prevê uma avaliação do lote específico, e não do conjunto de empreendimentos da região.
Se houvesse essa compatibilização das novas construções com o entorno existente - e com suas atividades comerciais e residenciais -, a administração deveria congelar a possibilidade de construir mais prédios que produzam a atração de grande volume de automóveis em regiões já saturadas.
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