Associação Viva Paulista debate ciclovia e interdição da avenida

Segundo o Masp, movimento aumentou no domingo; para clubes e estacionamentos, interdição representa um risco para o negócio

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Por Monica Reolom
Atualização:

SÃO PAULO - Com o intuito de se tornar o grupo mais forte dos moradores e instituições da região da Avenida Paulista, a associação Viva Paulista reuniu nesta quinta-feira, 2, representantes de segmentos que atuam no local para propor um debate sobre as políticas que estão sendo adotadas na via mais famosa da cidade, como a instalação das ciclovias e a possibilidade de fechá-la aos domingos.

A presidente da associação, Vilma Peramezza, que assumiu há cerca de um mês, fez questão de destacar em mais de um momento que não cabe a discussão "ser contra ou ser a favor" das políticas, mas que é preciso discuti-las com profundidade. "Não existe uma Paulista, existem várias. Nós não queremos só esperar nos procurarem, queremos provocar ações que valorizem a região", afirmou. 

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Estavam presentes no encontro representantes do Conseg Jardins e Avenida Paulista, do comando da Polícia Militar, da Fundação Casper Líbero, do Itaú Cultural, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), do Shopping Center Norte, além de donos de estacionamentos, advogados, entre outros.

A presidente propôs que os presentes se inscrevessem em cinco diferentes eixos para continuar o debate: segurança urbana; arte, cultura e comunicação; serviços; e assuntos legais e técnicos. "A ideia é que esses grupos se reúnam esporadicamente para falar desses assuntos", explicou Vilma. Ela quer criar os eixos para cobrar a Prefeitura e outros órgãos, como o ministério público, em relação ao que for decidido. 

As pessoas se manifestaram brevemente sobre alguns assuntos. Para o Masp, o movimento no museu do domingo da inauguração da ciclovia, quando a pista foi fechada, aumentou. Já para o segmento de estacionamentos e de clubes, o fechamento representa um risco para o negócio. 

A Polícia Militar disse que, somente em 2015, 118 protestos foram feitos na Paulista, o que motivou manifestações contrárias dos presentes aos atos. "Acho que os grupos deveriam solicitar a permissão para protestar e só com a autorização fazê-lo", opinou Orlando Almeida, do sindicato dos corretores de imóveis. 

Outros lembraram que esse é um direito garantido por lei, e Vilma ressaltou que esse é um tema que pode ser discutido futuramente.

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Sobre as ciclovias, a associação fez uma nota oficial para a imprensa: "a associação espera que a inauguração da ciclovia na Paulista traga reais benefícios para os cidadãos, mas reitera que não teve informações sobre o projeto. A APV acredita que, para implantação de ciclovias, a administração pública deve ter atenção, entre outros, para os seguintes itens: política de inserção da bicicleta no transporte da cidade, metodologia para desenho de redes cicloviárias, desenho de vias e sistema de apoio, orçamento e custos, metodologia de avaliação socioeconômico, ambiental e de segurança que determinem critérios para restrição e implantação de ciclovias e marco regulatório e institucional".

"Queremos integrar a bicicleta ao meio de transporte e discutir um marco regulatório. A gente quer que dê certo. Somos munícipes ativistas", disse Antonio Carlos Franchini, vice-presidente da Viva Paulista.

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