Associação de bares de SP irá à Justiça contra restrições impostas por Doria para frear covid

Decisão do governo paulista, válida desde sábado, determina que estabelecimentos fechem as portas às 20h em todo o Estado e restaurantes encerrem atividades às 22h

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Por Vagner Aquino
Atualização:

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em São Paulo (Abrasel-SP) deve entrar com uma ação na Justiça nesta segunda-feira, 14, contra restrições estabelecidas ao setor pelo governo João Doria (PSDB) para frear o avanço da covid-19. Desde sábado, bares devem fechar às 20 horas e os restaurantes, às 22 horas

Para o presidente da Abrasel-SP, Percival Maricato, a decisão é contraproducente. Ele argumenta que o setor sempre cumpriu a legislação e, agora, será o único punido com as restrições. A venda de bebidas alcoólicas só está permitida até as 20 horas - regra que inclui também as lojas de conveniências.

Noite de sábado, 12 de dezembro, na Vila Madalena Foto: Vagner Aquino

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"Nesta segunda-feira (14), entraremos com ação para tentar reverter o abuso dessa restrição", afirmou Maricato. A associação também protesta contra a proibição da venda de bebidas alcoólicas após as 20 horas. "Não há qualquer estudo que fundamente esse absurdo."

Maricato acredita que cerca de 30% dos bares e restaurantes de todo o Estado precisaram encerrar suas atividades por causa das restrições impostas pela quarentena desde março. "Antes que outros estabelecimentos fechem, é necessário reunir toda a sociedade, como sindicatos, associações de bairro e até a Igreja para discutir essas novas regras, curiosamente impostas após as eleições."

Mesmo com determinação há desrespeito

Na noite deste sábado, 12, a reportagem do Estadão percorreu as ruas da Vila Madalena e de Pinheiros, áreas boêmias da zona oeste paulistana. Durante a ronda, apesar da presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e de fiscais da Prefeitura, houve desrespeito às novas regras. 

Muitos bares mantiveram as portas abertas após as 20 horas. A clientela, por sua vez, continuou aglomerada, tanto fora quanto dentro dos bares, consumindo bebida alcoólica e sem máscaras.

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Apenas entre as ruas Aspicuelta, Mourato Coelho, Fradique Coutinho e Wizard, na Vila Madalena, pelo menos 15 estabelecimentos permaneceram abertos após as 20 horas. Muitos deles, porém, se encaixam na categoria de restaurantes e podem, portanto, funcionar até as 22h, mas sem vender de bebidas alcoólicas a partir das 20 horas.

Durante a permanência da reportagem no local, não foram vistas verificações de estabelecimentos por parte dos fiscais da Prefeitura ou da Guarda Civil Metropolitana (GCM). No sábado, o Estadão procurou a Prefeitura, mas não obteve resposta. 

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