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Assembleia de SP aprova instalação da CPI da Merenda

Líderes partidários terão de indicar os membros da comissão que vai investigar máfia acusada de desviar recursos da alimentação escolar no Estado

Por Fabio Leite
Atualização:

SÃO PAULO - A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou na noite desta quarta-feira, 25, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a "Máfia da Merenda" no Estado. Os líderes partidários devem indicar na próxima semana os nomes dos nove integrantes do colegiado que vai apurar contratos e convênios de empresas e cooperativas com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e 22 prefeituras paulistas envolvendo o fornecimento de alimentação escolar. 

A aprovação da CPI da Merenda ocorreu em rápida sessão extraordinária 19 dias após cerca de 70 estudantes deixarem o plenário da Alesp, ocupado por três dias, com a promessa do presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), de que a comissão seria criada. À época, um pedido de investigação feito pelo PT não havia obtido o número mínimo de assinaturas para protocolo. Depois da invasão do plenário, PSDB e DEM, partidos da base de Alckmin, apresentaram uma nova proposta de CPI, assinada por 91 deputados.

Faixa com o dizer 'Alesp Ocupada' foi colocada no centro do plenário da Alesp Foto: Werther Santana/Estadão

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A expectativa era de que a CPI fosse aprovada na terça-feira, mas uma emenda do deputado Vaz de Lima (PSDB) para incluir o termo agentes políticos e empresas no objeto de possíveis investigados acabou atrasando a votação em um dia. A aprovação foi simbólica. A tendência é de que a CPI seja instalada na semana que vem, mas só comece a trabalhar efetivamente em 15 dias. O número de cadeiras de cada partido na comissão é proporcional ao tamanho da bancada na Alesp. Deve haver uma disputa entre PT e PSDB para os cargos de presidente e relator da comissão, que deve durar 120 dias.

Capez é um dos investigados pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE) de envolvimento no esquema de superfaturamento e pagamento de propina em convênios da Secretaria Estadual da Educação com a Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf) para o fornecimento de suco de laranja para merenda no Estado e municípios paulistas. Outros dois deputados –Fernando Cury (PPS) e Luiz Carlos Gordim (SD) – foram citados por investigados e delatores. Todos negam envolvimento no esquema.