Assassino de Glauco poderá ser solto em dias

Segundo clínica psiquiátrica onde Carlos Eduardo Nunes está, a liberação depende de exame de periculosidade e pode ocorrer 'a qualquer momento'

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Por RUBENS SANTOS e GOIÂNIA
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Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 26 anos, o Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele, Raoni, em 2010 em Osasco, na Grande São Paulo, está internado em uma clínica psiquiátrica de Goiânia desde 23 de outubro. As despesas são pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cadu estava em um manicômio judiciário próximo a Curitiba. "Ele chegou como paciente comum e não está cumprindo pena", disse ontem, por telefone, a assistente social Elna Mary Nunes, do Hospital Clínica de Repouso de Goiânia. Elna explicou que Cadu não chegou escoltado ao hospital. O rapaz recebe medicamentos e não está sob vigilância armada. "Ele poderá receber alta e deixar o hospital a qualquer momento e ficar sob a guarda do pai", disse Marcos Marcel Lara, assistente da juíza da Vara de Execuções Penais, que cuida do caso. "Como é paciente em medida de segurança, ele não precisará ficar dentro da clínica durante 24 horas", acrescentou. Carlos Grechi Nunes, pai de Cadu, mora em Goiânia. "Ele só voltará para o hospital após a alta médica, em caso de surto, por exemplo, ou por determinação da juíza", ressaltou Marcel Lara.Procurado em sua empresa em Goiânia, o pai de Cadu não quis dar entrevista.Escolta. De acordo com o gabinete da juíza da Vara de Execuções Penais, Cadu chegou a Goiânia no mês passado. Foi escoltado desde o Paraná, para ser colocado sob guarda do Programa de Assistência Integral ao Louco Infrator (Paili), do governo de Goiás. A autorização de transferência foi possível pelo "deferimento da vaga" no programa e na clínica de Goiânia. Foi assinada pela juíza-substituta Vivian Martins Melo. Sob assistência do Paili, Cadu terá regras flexíveis durante sua permanência na clínica. "O acompanhamento médico psiquiátrico vai definir se a periculosidade dele cessou", afimou Marcel Lara.O objetivo do Paili, criado em 2006, é acompanhar pacientes julgados e absolvidos pela Justiça criminal, mas que, em razão de doença mental, são submetidos a internação psiquiátrica ou a tratamento ambulatorial.De acordo com o Ministério Público de Goiás (MPE), o programa impede, por exemplo, que o assunto seja tratado exclusivamente do ponto de vista da segurança pública para ser assumido pelos serviços de saúde pública. Existe ainda o propósito de inserir o paciente psiquiátrico à família e à sociedade.

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