26 de junho de 2013 | 02h11
Naquele momento, cerca de 30 pessoas estavam na sede da ONG. "Quando as pessoas tentaram sair para ver o que estava acontecendo e fotografar, os policiais jogaram uma bomba de efeito moral bem na frente do Observatório de Favelas. Tentaram filmar uma parte do que estava acontecendo, mas não conseguiram", disse o coordenador da ONG, Jaílson de Souza e Silva. "A gente não considera que foi coincidência", afirmou.
Ele disse também que os policiais acertaram um transformador para interromper o fornecimento de energia elétrica. A ONG e seu entorno permaneciam sem luz, internet e telefone. Silva também disse que um jovem teria sido executado por policiais dentro de casa. O menor teria ligação com o tráfico.
O diretor da ONG comentou a truculência policial verificada nas recentes manifestações no Rio e ironizou a atuação da polícia. "Dessa vez até estão democratizando. O 'caveirão' (veículo blindado do Bope) está passando lá na zona sul e começando a bater, e a classe média está vendo o que é a ação da polícia. A diferença é que aqui há o uso de arma mais ostensiva", disse Souza e Silva.
Proteção. Para ele, os policiais envolvidos na ação deveriam ter protegido os motoristas que trafegavam pela Avenida Brasil em vez de iniciar a perseguição dentro da favela.
Segundo o diretor da ONG, o arrastão na avenida foi praticado por jovens usuários de crack.
"Por que a polícia teve de entrar na favela correndo atrás dos meninos? A falta de equilíbrio das forças policiais é extraordinária. Sem nenhum papel de mediar o conflito, de tentar resolver. Não. Ela é parte protagonista do conflito, então vira o caos. Colocam as pessoas em risco por causa de uma ação inconsequente", afirmou Souza e Silva.
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