Árvores provocam 60% dos blecautes

Cinco bairros que mais ficam sem energia estão entre os que mais têm áreas verdes

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Por Renato Machado
Atualização:

Um em cada seis casos de falta de energia elétrica na cidade de São Paulo ocorre por quedas de árvores ou galhos. E isso faz com que os bairros mais sujeitos a essas interferências sejam justamente os mais arborizados. Um levantamento da AES Eletropaulo sobre o último verão apontou que cinco bairros foram responsáveis pela maioria dos casos de árvores caídas na rede elétrica - com os consequentes problemas de fornecimento.Quatro desses bairros estão na zona oeste: Pinheiros, Alto da Lapa, Pompeia e Perdizes. Completa a lista o Brooklin, na zona sul. "São regiões muito arborizadas e onde notamos ser mais comuns os casos de árvores na rede, apesar de mantermos um programa de poda", diz o diretor de Operações da AES Eletropaulo, Roberto Mário Di Nardo.Alameda Lorena. Outro local problemático são os Jardins, zona sul, apesar de a companhia ressaltar que há muitos trechos com fiação subterrânea. Ontem, uma árvore centenária caiu sobre dois carros na Alameda Lorena, provocando interrupção de energia. Uma idosa ficou levemente ferida. O acidente ocorreu por volta das 17 horas e prejudicou o trânsito da região à tarde. Os bombeiros ainda trabalhavam durante a noite para tentar desobstruir a via. No total, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou ao longo do dia 31 casos de cruzamentos sem energia elétrica. Houve 18 pontos de alagamento, prejudicando vias como a Marginal do Tietê, onde a pista local apresentou interdição perto da Ponte da Freguesia do Ó e da Ponte das Bandeiras, ambas no sentido Castelo Branco. Pacaembu. A queda de uma árvore na Rua Capivari, perto da Avenida Pacaembu, zona oeste, provocou falta de energia nas imediações. A AES Eletropaulo informou que a energia foi restabelecida, mas a rua ficará interditada para que os bombeiros retirem a árvore do local.Também foram registradas nove quedas de árvores na cidade, que é a principal causa de queda de energia elétrica (61% dos casos). Na sequência aparecem quedas de pipas e balões (11%), falhas de equipamento (11%), raios (9%), colisões contra postes (6%) e animais na rede (2%).O estrago que cada um desses itens provoca no sistema depende do ponto atingido, segundo o diretor da AES Eletropaulo. "O toque de um galho na rede provoca instantaneamente curto-circuito para retirar energia da rede e evitar um problema maior. Se for uma interrupção secundária, pode afetar 20 clientes ou mais de 2 mil", afirma Di Nardo.A AES Eletropaulo calcula que, em dias de chuva forte, o tempo de traslado até o local da ocorrência seja quintuplicado por causa do trânsito. Outro problema é que parte da rede ainda não é automatizada, portanto, os técnicos não conseguem detectar a falha da central.

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