PUBLICIDADE

Artistas holandeses abusam das cores no Dona Marta

Morro ocupado por polícia pacificadora desde 2008 teve a fachada de 34 casas repaginada com ousadia

Por Pedro Dantas
Atualização:

Ocupado pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Polícia Militar desde dezembro de 2008, o Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, entrou nesta semana em um banho ousado de cor nas fachadas de 34 casas da favela. O design está a cargo dos holandeses Jeroen Koolhaas e Dre Urhahn, do projeto Favela Painting."Optamos por cores flexíveis, que se adaptariam em qualquer região do morro. Os moradores estão adorando. Nosso sonho é pintar todas as casas da comunidade", afirmou Dre Urhahn, de 36 anos. Os dois estrangeiros são os responsáveis pelos painéis gigantescos que decoram a Favela Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte, uma das mais violentas da cidade, onde ficaram seis meses para executar os projetos.A dupla também pintou painéis em Pernambuco e regiões pobres do México, Colômbia e Equador. Três pintores descobertos na Vila Cruzeiro e dois de Pernambuco foram contratados para trabalhar no Dona Marta.Atenção. "Nossa intenção é colocar a arte no lugar como forma de chamar a atenção de todos para os problemas dos moradores", disse Urhahn. "Na Vila Cruzeiro, éramos bem tratados pela população e nunca tivemos problemas, exceto pelos tiroteios entre policiais e traficantes, que duravam um dia inteiro. Por enquanto, aqui está tranquilo com a ocupação da polícia."A AkzoNobel, fabricante da tinta Coral, doou 2,5 mil litros de tinta e paga a mão de obra de 25 moradores, que receberam cursos de capacitação técnica e de segurança. A inauguração da primeira fase da pintura está marcada para quarta-feira. Segundo Marcelo Abreu, coordenador do Tudo de Cor para o Rio de Janeiro, da AkzoNobel, a expansão do projeto depende apenas da mobilização dos moradores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.