10 de abril de 2014 | 21h07
Contudo, nos últimos 20 anos, Libeskind foi redimido graças à qualidade urbanística do principal projeto que ele realizou: o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, prédio aclamado por nove entre dez arquitetos.
Se o volume laminar sobre embasamento foi inspirado na sede nova-iorquina da Lever - desenhada cinco anos antes por Gordon Bunshaft -, o Conjunto Nacional possui uso mais rico do que o quartel general da fábrica de sabão: na base horizontal, o piso da calçada continua no interior da galeria comercial, diluindo a divisão entre público e privado; na torre, apartamentos convivem em harmonia com escritórios.
Libeskind desenhou-o aos 25 anos, ao ter a ousadia de procurar seu idealizador, José Tjurs. "O que você quer, garoto?", ouviu. Doce como uma criança, sua resposta conquistou o cliente. Se fosse arrogante, poderia ter dito: "Eu só quero criar um modelo de cidade". Não foi professor nem deixou discípulos, mas entra para a história deixando a lição de que o capital pode ser aliado na construção de uma cidade melhor.
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