Arquiteta controlará aprovação de prédios

Futura secretária de Controle Urbano, Paula Maria Motta Lara foi um dos sete nomes apresentados ontem para compor novo governo

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Por Redação
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Atualmente à frente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) em Brasília, a arquiteta Paula Maria Motta Lara vai ser a responsável por reorganizar e tornar mais rápida a aprovação de novos prédios em São Paulo a partir do ano que vem. Indicada pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT) ao prefeito eleito Fernando Haddad (PT) e com a "bênção" do mercado imobiliário, Paula será a secretária de Controle Urbano - pasta que vai passar a incorporar o Departamento de Aprovação das Edificações (Aprov), hoje ligado à Secretaria Municipal de Habitação.Paula deixa o comando do órgão do governo federal que enfrenta suspeitas de elaborar um parecer a favor do ex-senador Gilberto Miranda, que pedia a renovação de licença para uma propriedade sua na Ilha das Cabras, no litoral norte paulista. Uma das assessoras diretas da secretária, Evangelina de Almeida Pinto, foi exonerada sob suspeita de emitir notas técnicas que beneficiavam amigos de Paulo Vieira, que chefiava a Agência Nacional de Águas (ANA). Haddad, porém, defendeu a indicação e disse que o nome de Paula foi aprovado por grandes empresários da construção civil ouvidos por ele.Segunda passagem. "Paula já foi diretora do Aprov antes. A cidade hoje está parada, muitos empresários estão deixando de investir em São Paulo por causa da demora na aprovação dos empreendimentos. Se você perguntar a qualquer pessoa do setor como eram as coisas quando a Paula era do Aprov, você vai ver que a demora não era assim como hoje", disse. O prefeito eleito admitiu ter recebido "recomendações" do deputado Paulo Teixeira e do mercado imobiliário. Haddad considerou uma promoção para a secretária de Patrimônio da União assumir uma pasta no governo municipal. "É um grande desafio reorganizar os licenciamentos na cidade, respeitando as regras de uso e ocupação do solo", disse o prefeito eleito.Haddad afirmou ainda que o prazo definido por empresários ouvidos por ele como ideal para a aprovação de um empreendimento é de seis meses - hoje, o projeto de um condomínio com mais de 400 vagas de garagem, por exemplo, pode ficar até quatro anos tramitando entre diversos órgãos.Desafio. Paula tem o desafio de dar transparência a um setor cujo ex-diretor entre 2005 e abril deste ano, Hussein Aref Saab, foi afastado do cargo sob a suspeita de enriquecimento ilícito. Aref comprou pelo menos 125 imóveis enquanto chefiou o Aprov, então vinculado à Habitação. "Teremos uma nova dinâmica na aprovação dos empreendimentos", disse Haddad.Esportes. O prefeito eleito também anunciou mais seis titulares de pastas para seu governo (veja abaixo). Uma das novidades da lista foi o vereador Celso Jatene (PTB), que assumirá a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação. A organização da Copa de 2014, entretanto, vai ficar concentrada em um comitê gestor chefiado pela vice-prefeita eleita, Nádia Campeão (PCdoB). "Jatene tem o desafio de recuperar mais de 300 equipamentos públicos (clubes-escolas), com a finalidade de nos ajudar a implementar a educação em tempo integral", disse o prefeito eleito. Leonardo Barchini, que foi chefe da Assessoria Internacional do Ministério da Educação na gestão Haddad, será secretário de Relações Internacionais.Também foram confirmados Cesar Callegari (Educação), Denise Motta Dau (Política para Mulheres), Rogério Sottili (Direitos Humanos) e Nunzio Briguglio Filho (Comunicação).A equipe de Haddad chega a 21 nomes. A disputa agora é pelo comando de três pastas estratégicas: Habitação, que deve ficar com o PP apesar dos apelos de movimentos sociais contrários à escolha do partido de Paulo Maluf, Serviços, que controla os contrários milionários do lixo, e Segurança Urbana, que coordena a Guarda Civil Metropolitana e as ações do Psiu. Controladoria. O futuro governo deve manter o número de 27 secretarias. Também faltam os anúncios dos escolhidos para Cultura, Participação e Parceria e para uma pasta a ser criada. A expectativa é de que São Paulo ganhe uma Controladoria Municipal. / ADRIANA FERRAZ e DIEGO ZANCHETTA

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