
08 de junho de 2012 | 03h06
"O interessante é que conseguimos acomodar a demanda habitacional e preservamos a fauna e a flora", disse Adriana. Várias ruas já foram pavimentadas com material que evita a impermeabilização do solo. E, na hora de desenhá-las, o carro perdeu o papel de protagonista. "Nas esquinas, as vias se afunilam para que os veículos diminuam a velocidade para que os pedestres possam atravessar", afirma.
O fim do barro nos sapatos é comemorado em uma região onde muita gente não tem carro e há poucas linhas de ônibus. E o verde, que hoje fica apenas ao redor da ocupação sem uma praça sequer, deve ganhar espaço. Está prevista a criação de quatro parques lineares e uma praça. "Haverá um acréscimo de 360 m² de verde", diz Adriana. Para isso, cerca de 700 casas devem ser removidas - parte delas nas margens de córregos que têm efeito direto na Represa Billings.
A causa é nobre, mas na hora de mudar nem todo mundo fica feliz. "É complicado sair de uma casa de 250 m² para um apartamento de 50 m²", diz Marta Pereira, de 49 anos, presidente da Associação Comunitária Habitacional Vargem Grande (Achave). Uma das principais funções da entidade é tentar garantir aos moradores o direito de serem donos das casas onde vivem, já que todo o bairro de 2,4 mil m² está no nome da associação. "Fiscalizamos para ninguém construir."
Duas fases do projeto, bancado pela Prefeitura, já estão prontas e a terceira está em licitação. A estimativa é que tudo esteja pronto até 2014. Enquanto isso, a impressão que se tem é de que são dois bairros diferentes. Um enfrenta todas as mazelas do resto de Parelheiros - distrito com mais verde e, paradoxalmente, menos espaços de lazer da cidade. O outro é mais bem cuidado até pelos moradores.
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