
23 de julho de 2013 | 02h09
A Prefeitura de São Paulo autorizou a construção de um megaempreendimento comercial em parte do terreno onde funcionou, até julho do ano passado, o Playcenter, na Barra Funda, zona oeste. Um dos antigos estacionamentos do parque de diversões dará lugar a dois prédios de 27 andares, com 216 escritórios, e dois subsolos e mais três pavimentos superiores, com 1.638 vagas para carros.
O governo municipal exigiu, no entanto, uma contrapartida no valor recorde de R$ 40,8 milhões dos responsáveis pelo complexo. O pagamento é necessário porque os novos edifícios ficam dentro do perímetro da Operação Urbana Água Branca e ultrapassam a altura máxima prevista no zoneamento. Após ser recolhido pela Prefeitura, o valor é usado para bancar obras de infraestrutura no mesmo perímetro, como novas ruas e drenagem.
O Shopping Bourbon, inaugurado em 2009 e inserido na mesma operação urbana, repassou R$ 6 milhões em contrapartidas. Para construir uma arena com capacidade para 45 mil pessoas, o Palmeiras teve de pagar à Prefeitura R$ 4,5 milhões. Chamado Brasília Square Offices, o empreendimento foi aprovado pela Câmara Técnica de Legislação Urbanística (CTLU) da Prefeitura em 4 de julho por 15 votos favoráveis e um contrário. A decisão foi publicada no Diário Oficial de sábado.
O novo centro comercial vai ficar ao lado do Fórum Criminal da Barra Funda e da Fábrica dos Sonhos, onde vão funcionar os galpões das escolas de samba a partir do próximo ano.
Investidores do mercado imobiliário e técnicos do governo municipal avaliam que o eixo Lapa-Barra Funda da Avenida Marquês de São Vicente vai abrigar, em poucos anos, um centro financeiro semelhante ao da Avenida Faria Lima, na zona sul. Outros prédios residenciais e de escritórios estão em construção na região.
Instalado em uma área de cerca de 80 mil metros quadrados, o Playcenter foi desativado no ano passado. Na época, a empresa que controla a atração manifestou a vontade de usar parte do terreno para fazer um parque voltado a crianças. Outra área do terreno, com 18 mil m², deve receber o Colégio Renascença a partir de 2015.
Revisão. A Prefeitura tenta, na Câmara Municipal, revisar a Lei da Operação Urbana Água Branca, de 1995, para criar novos estoques para empreendimentos imobiliários.
Moradores dizem que o governo não pode liberar novos prédios antes de gastar R$ 340 milhões arrecadados pela operação, que continuam em caixa. Eles pedem, por exemplo, a canalização dos córregos Água Preta e Sumaré, que deve consumir R$ 160 milhões. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras aguarda licença ambiental para iniciar as obras.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.