O desaparecimento de quatro submetralhadoras, uma carabina e uma espingarda calibre 12 da 2.ª Delegacia do Patrimônio (Furto e Roubo de Joias) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Santana, na zona norte de São Paulo, obrigou a Polícia Civil a anunciar ontem que vai rever a forma com os armamentos são guardados em todas as suas unidades. Está sendo estudada também a compra de cofres especiais para proteger as armas."Determinei uma contagem no Estado inteiro e uma análise de risco para verificar como é feita a guarda das armas, onde estão depositadas e qual o nível de segurança do local. Já há inclusive um indicativo para que sejam instalados cofres especiais", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima.O desaparecimento das armas foi notado na última semana, durante uma troca de comando na delegacia. Um inquérito policial foi instaurado para investigar o sumiço. O caso será apurado também pela Corregedoria da Polícia Civil. "Pelo número de armas e pelo fato de não ter sido constatado como elas sumiram, foi instaurado um inquérito para saber exatamente o que aconteceu", afirmou o delegado-geral. "Se lá na frente for verificado que foi uma subtração, a investigação estará adiantada, em paralelo."Segundo Lima, há possibilidade de policiais terem esquecido de seguir os trâmites burocráticos e de registrar a retirada das armas. "Quando precisa pegar uma arma dessas, o policial assina uma cautela, um recibo para dar o controle. Às vezes, na correria, na confiança, não pega o recibo. Isso acontece pela rotina, por baixar guarda, por usos e costumes."Lima disse também que as armas que desapareceram normalmente são pouco usadas. Por isso, ficam em armários de aço, reforçados com barras de ferro, em um quarto isolado dentro das delegacias. "São armas longas. Normalmente, o policial usa no dia a dia as pistolas, que são de carga (responsabilidade) pessoal", disse.Outros casos. Além das mudanças de comando, como a que ocorreu na 2.ª Delegacia do Patrimônio, a verificação das armas é feita também nas correições semestrais. De acordo com o delegado-geral, não é a primeira vez que ocorre problemas do tipo. "Já tivemos furto de arma por parte de funcionários de uma empresa terceirizada que prestavam serviço para nós", lembrou o delegado-geral. / WILLIAM CARDOSO