Após reunião com o governo, agentes penitenciários decidem manter greve em SP

Segundo sindicalistas, governo paulista exigiu suspensão da paralisação para negociar, o que não foi aceito pela categoria; cerca de 150 pessoas protestaram na frente do Palácio dos Bandeirantes

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Por Laura Maia de Castro
Atualização:

SÃO PAULO - Os sindicatos que representam os agentes penitenciários do Estado de São Paulo decidiram manter a greve da categoria, no oitavo dia, após não chegar a um acordo com a comissão do governo em reunião realizada nesta terça-feira, 18. Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo, o governo exigiu o fim imediato da paralisação para negociar, o que não foi aceito pela classe.

Depois da reunião, na qual esteve presente o Secretário Davi Zaia, os sindicalistas decidiram caminhar para o Palácio dos Bandeirantes. Sob forte chuva, eles chegaram ao portão 2, entoando palavras de ordem contra o governador Geraldo Alckmin. "Geraldo, preste atenção. Sua atitude vai virar rebelião". Os agentes ameaçam suspender as visitas de fim de semana aos presos.

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Às 13h50, um grupo de cerca de 150 pessoas partiu em um ônibus para o Cadeião de Pinheiros, na zona oeste da capitão, onde pretendem dar continuidade à manifestação.

Negociação. Além do Sindasp, mais três sindicatos de agentes penitenciários paulistas se reuniram com uma comissão do governo estadual nesta terça, segundo o diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo (Sindasp) Donizete de Paula Rodrigues: sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciários Paulista (Sindicop), Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sinfupesp) e do Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária (Sindespe).

Antes de ir para o Palácia dos Bandeirantes, cerca de cem agentes penitenciários do Estado se concentraram na Praça Vinícius de Moraes, no Morumbi, zona sul da cidade. Os manifestantes usavam colete laranja da Força Sindical, apitos e um carro com som alto para chamar a atenção dos motoristas e pedestres.

"Nós queremos a diminuição de duas classes, o que resultaria em um aumento de por volta de 15%, mas o governo propôs a diminuição de apenas uma classe", explicou Rodrigues, sobre a reivindicação para facilitar a progressão de carreira na categoria.

Segundo um agente penitenciário do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Campos, que preferiu não se identificar, não há um reconhecimento da categoria. "Ganhamos muito pouco e as nossas condições de trabalho são as piores possíveis. Além disso, a sociedade tem uma imagem horrível de nós, mas a grande maioria é trabalhador honesto e pai de família", disse.

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Superlotação. Em relação às delegacias que estão superlotadas, Rodrigues afirmou que essa é uma realidade de muitas unidades prisionais. "Estamos superlotados faz tempo. Há unidades prisionais com três mil presos, mas a capacidade é de 768 pessoas", afirmou o presidente da Sindasp.

A paralisação dos agentes de segurança penitenciária é considerada, segundo os sindicatos, como a maior já realizada pela categoria. De acordo com o Sindasp, 95% das unidades e dos servidores aderiram ao movimento, o que corresponde a 150 das 158 unidades do Estado e 28,5 mil dos 30 mil funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária.

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