PUBLICIDADE

Após liminar na Justiça, Cantareira opera com -9,3% da capacidade

Segundo antigo porcentual, sistema tem 19,9%; Sabesp divulga ainda valor de 15,4% por outra metodologia, adotada em março

Por Felipe Cordeiro
Atualização:

SÃO PAULO - Após a Justiça de São Paulo determinar nesta quinta-feira, 16, que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgasse o índice negativo do Sistema Cantareira, a empresa passou a publicar também esse porcentual nos relatórios diários em seu site. Segundo o novo número, o principal manancial da Grande São Paulo opera com -9,3% da capacidade. Já pelo antigo índice, o reservatório está com 19,9%, o mesmo valor do dia anterior - é o 75º dia sem queda. 

PUBLICIDADE

O Cantareira opera desde julho de 2014 exclusivamente captando água do volume morto das represas, que fica abaixo do nível das comportas. Pelo novo cálculo, o volume das reservas técnicas é subtraído do volume armazenado, o que deixa o valor negativo.

A liminar foi concedida pelo juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 7ª Vara de Fazenda Pública, a partir de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) no dia 10 de abril.

Seca na Represa Cachoeira, em Piracaia, no interior de São Paulo, uma das que compõem o Sistema Cantareira Foto: Werther Santana/Estadão

A Sabesp divulga ainda o porcentual do Cantareira considerando o volume útil acrescido do volume de reserva técnica. Nesse índice, adotado em março, o sistema se manteve estável com 15,4% nesta sexta-feira.

Na prática, tanto a metodologia que deixa o manancial com 19,9% quanto a que mostra 15,4% consideram o mesmo volume de água armazenada disponível. O que muda é a base de comparação. Na primeira, o porcentual é resultado da divisão do volume armazenado pelo volume útil, que desconsidera o volume morto. Na segunda, a água disponível no manancial é comparada ao volume total, que traz a capacidade do Cantareira incluindo os dois volumes mortos.

Sobre a região do Cantareira, choveu apenas 0,6 milímetro nas últimas 24 horas. Nos 17 primeiros dias de abril, a precipitação acumulada é de 15,7 mm, somente 30% do esperado para o período caso a média histórica de 2,9 mm de chuva por dia estivesse se repetindo.

Publicidade

Outros mananciais. O único reservatório que registrou aumento do volume de água armazenada entre quinta-feira, 16, e esta sexta-feira foi o Alto Cotia, que, mesmo sem o registro de chuvas, subiu de 65% para 65,2%.

Já os Sistemas Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Claro se mantiveram estáveis em 22,1%, 83,3% e 45%, respectivamente. Por sua vez, o único manancial que caiu foi o Rio Grande, que teve queda de 0,2 ponto porcentual e passou de 96,5% para 96,3%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.