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Após depredação, Alckmin afirma que vai rever estratégia da PM

Governador paulista diz que imagens de câmeras vão ajudar a identificar quem fez depredações em protesto do MPL

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli , Luiz Fernando Toledo e Ricardo Brandt
Atualização:

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira, 20, que a Polícia Militar vai rever a estratégia durante protestos, depois do que ocorreu na manifestação da quinta-feira, 19, quando houve depredação e vandalismo na capital, durante ato organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL).

Em visita a Pindamonhangaba, no interior paulista, Alckmin disse que a PM estará presente e fará revistas nos atos. Ele disse que as imagens de câmeras de segurança ajudarão a polícia a identificar e responsabilizar os envolvidos nas depredações de cinco agências bancárias e de uma concessionária de veículos.

Concessionária destruída foi inaugurada há uma semana Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

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“Uma coisa é manifestação, que deve ser respeitada. Outra coisa é vandalismo, depredação, ação criminosa de mascarados, que tem de ser combatida e é dever da polícia fazer isso. Então já determinamos ao secretário de segurança que há câmeras de vídeo, e alguns (vândalos) dá para identificar. Então o mais rápido possível devemos prender esses criminosos”, afirmou o governador.

A PM acompanhou de longe a manifestação. O comando da polícia afirmou logo após o ato que observou um acordo solicitado feito com o MPL. Eles teriam se comprometido com a segurança do evento.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, admitiu que houve um equívoco por parte da PM ao se manter distante do protesto. “É inadmissível um acordo como foi feito. O acordo possível é para manter a ordem pública e é inaceitável a inércia. Houve uma falha no tempo de resposta da PM na ação daquele grupo de vândalos. A polícia não deveria ter feito acordo e não deveria, evidentemente, ter demorado como demorou para proceder a intervenção”, disse o secretário à Rádio Jovem Pan.

Grella também responsabilizou os integrantes do MPL pela confusão. “Esse movimento, quando convoca uma manifestação e sabe que não terá controle sobre os black blocs, é tão responsável quanto esse grupo de baderneiros e vândalos, porque ele cria um ambiente favorável ao cometimento de crimes por esse grupo de pessoas sem escrúpulos”, afirmou.

Procurado, o comandante-geral da PM, Benedito Meira, não quis comentar as declarações do secretário.

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Resposta. Integrantes do Movimento Passe Livre também se manifestaram nesta sexta sobre o ocorrido e rebateram as críticas feitas pela PM no dia do protesto. Na ocasião, o comandante da Polícia Militar responsável pela operação disse que a corporação foi “traída” pelo MPL.

Segundo a militante Mariana Toledo, não houve uma traição, pois o MPL, em seu ofício à PM, não pediu que os policiais ficassem ausentes da passeata. “O que nós dissemos foi que a presença ostensiva da PM causa mais apreensão do que tranquilidade”, afirmou. A jovem também disse que, mesmo assim, o MPL avistou policiais à paisana no protesto. 

O grupo considerou a declaração de traição “um pouco estranha”, pois afirma que sempre tentou negociar com as autoridades. Mariana ainda ressaltou que o MPL não perdeu o controle sobre o ato, pois a manifestação já havia sido encerrada quando ocorreu a depredação da concessionária. 

O grupo de pessoas que quebrou portas de agências bancárias e depredou uma concessionária não pertence ao MPL, segundo os integrantes. A maioria dos participantes do ato tentou evitar os ataques com a formação de bloqueios ou cordões humanos, conforme relatado pela reportagem.

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