Após denúncias, Fmusp criará centro de defesa de direitos humanos

Medida surgiu um dia após a repercussão do depoimento de duas estudantes, que relataram estupros em festas na instituição

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

SÃO PAULO - A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp) anunciou que vai criar um órgão para lidar com os problemas relacionados aos direitos humanos na instituição. A medida surgiu um dia após a repercussão do depoimento de duas jovens estudantes da Fmusp, que relataram em audiência pública terem sido estupradas em festas organizadas por aluno de medicina.

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O Centro de Defesa dos Direitos Humanos terá assistência jurídica, ouvidoria, assistências psicológica e de saúde para apoiar os alunos da instituição que forem vítimas de violência. As denúncias que chegarem à universidade serão apuradas pelo órgão, que deverá punir os agressores de acordo com o regimento da USP. O equipamento, de acordo com a instituição, já era discutido desde 2013 por uma comissão interna de professores que apurava os casos isoladamente. Há ainda, segundo a Fmusp, sindicâncias abertas para apurar as denúncias. As alunas, no entanto, reclamaram que os episódios foram "silenciados" pela universidade para não "manchar a imagem da instituição". 

Segundo nota divulgada pela Fmusp, as denúncias poderão ser feitas de forma anônima. Serão atendidas vítimas não só de violência sexual, mas homofobia, racismo ou qualquer tipo de violação aos direitos humanos. 

A nota ainda prevê ampliação dos sistemas de vigilância, estabelecimento de regras para o consumo de álcool no interior da faculdade e continuação do trote solidário na recepção dos calouros em 2015, com doação de sangue e participação de projetos sociais em comunidades carentes. 

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