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Após chuva, Rio tem três mortos e um desaparecido

Mais de 2 mil famílias ficaram desalojadas nas cidades de Nova Iguaçu, Japeri, Queimados e Mesquita e devem receber aluguel social; adolescente de 15 anos desapareceu em Bom Jesus do Itabapoana

Por Clarissa Thomé , ADRIANO BARCELOS e THAISE CONSTANCIO
Atualização:

Atualizado às 13h51

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RIO - Subiu para três o número de mortos em decorrência das chuvas que atingem o Estado desde a noite de terça-feira.  O corpo de Reinaldo de Souza, de 26 anos, foi resgatado de dentro de um carro, que caiu de uma ponte na RJ-230, em Bom Jesus do Itabapoana, no noroeste fluminense. A estrutura não resistiu à força da água, na noite de quarta-feira. Dois veículos trafegavam pelo local no momento do desabamento. Um adolescente de 15 anos, João Pedro Jacominho, está desaparecido. Ele estava com o irmão, Edson Lisboa Jacominho, de 26 anos, que conseguiu se salvar.

A Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, confirmou a morte do pedreiro Martinho da Silva, de 50 anos. Ele desapareceu na madrugada de quarta-feira, no bairro Rodilândia, quando foi arrastado pela correnteza de um rio. O corpo do pedreiro, reconhecido pela família, foi encontrado no município de Belford Roxo, no Rio Botas. Também em Belford Roxo foi encontrado o corpo de Neilson Viana Ribeiro, de 18 anos, que caiu num rio que passa no Recantus, na manhã de quarta-feira.

A Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos divulgou balanço parcial dos desalojados na Baixada Fluminense. Nova Iguaçu é a cidade mais atingida. Trinta e nove bairros foram afetados e 2 mil pessoas estão desalojadas. As famílias foram levadas para seis abrigos. Em Japeri, 62 pessoas foram abrigadas em uma creche e uma escola. Em Mesquita, 227 famílias foram para casas de parentes e amigos. Outras quatro estão na Escola Municipal Che Guevara, no bairro da Chatuba. Em Queimados, 11 famílias estão desabrigadas.

O governo do Rio autorizou o pagamento de aluguel social para as vítimas da chuva na Baixada Fluminense. As famílias que perderam suas casas serão cadastradas pelas prefeituras e receberão o valor de R$ 500. Em Queimados, 300 famílias receberão o benefício. O governador Sergio Cabral também pediu à Secretaria Nacional de Defesa Civil reforço na assistência às cidades atingidas com máquinas, caminhões, além de colchonetes, água potável e cesta básica. Três pessoas morreram em decorrência das chuvas no Estado desde terça-feira, 10.

Todas as cidades do norte e noroeste fluminense estão sob a ameaça de enchentes. O rio Itabapoana, um dos mais caudalosos da área, está a 80 centímetros do nível de transbordamento, informa a Defesa Civil. Municípios como Campos, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Italva e Cardoso Moreira estão em situação de alerta, já que os rios ameaçam transbordar.

Limpeza. No Rio, a prefeitura montou uma força-tarefa que começou na noite dessa quarta nos bairros mais atingidos da zona norte: Parque Columbia, Irajá, Acari, Jardim América, Guadalupe, Anchieta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Pavuna, Manguinhos, Fazenda Botafogo, Cordovil e Complexo do Alemão. A ação, segundo a prefeitura, reúne 400 homens e cerca de 50 caminhões e máquinas (retroescavadeiras e pás mecânicas).

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Logo cedo, em entrevista ao noticiário RJ-TV (Rede Globo), o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, disse que os trabalhos de recuperação estão adiantados e, na tarde desta quinta, a região voltará "à normalidade".

As equipes trabalham na limpeza das ruas, redes pluviais e calhas dos rios, com desobstrução de galerias e bueiros; e no restabelecimento de pontos de iluminação que foram afetados pelas chuvas.

Pluviosidade. Na capital, entre meia-noite e 10 horas, choveu 73,8 mm. A previsão para o mês é de 164,6 mm. A região de Irajá, na zona norte, registrou o maior pico - 164 mm, acima dos 150 mm esperados para dezembro. O prefeito Eduardo Paes chegou a recomendar que as pessoas evitassem sair de casa.

Com vários alagamentos pela cidade, criminosos aproveitaram para saquear caminhões e assaltar motoristas. Passageiros chegaram a abandonar os ônibus e caminharam até 5 km na Rodovia Presidente Dutra.

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As pessoas foram orientadas a deixar as casas e seguir para pontos de abrigo. Na zona norte, o Rio Acari transbordou, encobrindo os trilhos do metrô da Linha 2, fechando cinco estações, e alagando bairros como Pavuna, Acari e Fazenda Botafogo. A circulação de trens da Supervia também foi suspensa em alguns trechos.

Em Higienópolis, na zona norte, o Rio Faria-Timbó transbordou e invadiu casas. O professor de educação física Alexandre Gallo resgatou os vizinhos com um bote salva-vidas que tinha em casa. "Toda vez é a mesma coisa: perdemos tudo, a prefeitura recolhe nossas coisas e, quando podemos, compramos tudo de novo", desabafou a aposentada Antônia Machado, de 68 anos, que mora há 50 em Higienópolis.

Dilma. A presidente Dilma Rousseff telefonou para o governador Sérgio Cabral (PMDB) e para o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB), para oferecer ajuda federal. Em vídeo divulgado no Twitter do Palácio Guanabara, Cabral afirmou que a Secretaria Nacional de Defesa Civil auxiliará o Estado no atendimento aos atingidos pelas chuvas.

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