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Após chuva, moradores de S. José do Rio Preto ficam sem água

160 mil moradores de 40% dos bairros da cidade enfrentam desabastecimento; temporal matou dois na segunda

Por Chico Siqueira
Atualização:

Depois da chuva de segunda-feira, que matou duas pessoas e destruiu parte da estrutura viária, moradores de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, enfrentam agora a falta de água para consumo. Segundo a Prefeitura, 160 mil moradores de 40% dos bairros da cidade convivem com o desabastecimento.

 

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A chuva inundou a casa das máquinas e danificou as bombas da Estação que trata a água da Represa Municipal, o maior reservatório da cidade, de 540 mil habitantes. "Temos 60 pessoas trabalhando para retirar a água das bombas e 17 equipes para recuperar as redes de água e de esgoto na rua, mas precisaremos de no mínimo dois dias para restabelecer o abastecimento", disse o presidente do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), Antônio José Ranzani.

 

A Prefeitura formou uma força-tarefa, com 500 servidores, 100 trabalhadores cedidos por uma usina de álcool e máquinas emprestadas por empreiteiras da cidade, que trabalham na retirada da lama e entulhos e na reconstrução das calçadas e do asfalto das principais avenidas da cidade, todas danificadas. Na Bady Bassit, uma das mais castigadas, o estacionamento foi proibido. "Isso foi feito possibilitar mais rapidez no nosso trabalho", disse o secretário de Obras, Paulo Pauléra.

 

Ele afirmou precisar de pelo menos mais dois dias para deixar o tráfego da cidade em ordem. A chuva também afetou o atendimento na rede de Saúde; ao menos quatro ambulatórios e duas unidades de saúde, entre elas a Central, foram alagados e tiveram de permanecer fechados nesta terça-feira. Remédios, materiais, receitas e prontuários foram levados pela enxurrada.

 

Na tentativa de atender todos pacientes, a Prefeitura remanejou os atendimentos para outras unidades.

O bombeiro Luciano Rodrigues de Souza, de 24 anos, foi enterrado, com honras militares, no cemitério Jardim da Paz, por volta das 11 horas. Souza morreu quando tentava salvar um homem ilhado no canteiro da Bady Bassit. Além de colegas e familiares os comandantes estaduais da PM e do Corpo de Bombeiros compareceram ao enterro.

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Na vizinha Ubarana foi enterrado o aposentado Lucas de Cândio, de 75 anos, que não teve tempo de deixar o carro, colhido pela correnteza, e morreu afogado. Segundo familiares, Cândio acordou de madrugada para fazer mais uma sessão de hemodiálise, mas não conseguiu chegar ao hospital.

 

Diante da situação, o prefeito Waldomiro Lopes (PSB) decretou estado de calamidade pública e situação de emergência. Segundo ele, serão necessários R$ 40 milhões para recuperar os estragos causados pelo temporal.

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